O naproxeno é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) que age no corpo de forma a reduzir a produção de hormônios associados a sintomas de dor, febre e inflamação.
Ele pode ser indicado como parte do tratamento para casos de:
- Osteoartrite (artrite causada pelo desgaste da cartilagem articular);
- Artrite reumatoide (inflamação articular autoimune que leva a dor e inchaço do revestimento das articulações);
- Artrite juvenil (uma forma de doença articular em crianças);
- Espondilite anquilosante (inflamação articular autoimune que acomete principalmente a coluna vertebral);
- Bursite (inflamação de uma bolsa de líquido na articulação do ombro);
- Tendinite (inflamação do tecido que conecta o músculo ao osso);
- Artrite gotosa (crises de dor causadas pelo acúmulo de ácido úrico nas articulações);
- Cólica menstrual;
- Dor muscular;
- Dor de cabeça;
- Resfriado comum.
Como usar o naproxeno
Nas farmácias brasileiras, o naproxeno pode ser encontrado como um remédio de venda livre (cuja comercialização não exige prescrição médica) ou de tarja vermelha (em que há obrigatoriedade de apresentação de receita).
O formato e a indicação variam de acordo com o quadro. Está disponível em comprimido comum, comprimido de liberação retardada (que libera o medicamento só quando chega ao intestino, para evitar danos ao estômago), comprimido de liberação prolongada e suspensão oral. Com exceção do comprimido de ação prolongada, que geralmente é tomado apenas uma vez ao dia, os outros costumam ser prescritos duas vezes ao dia, separados por algumas horas.
Na versão de venda livre, o naproxeno pode ser adquirido em comprimido e cápsula. A recomendação é tomar a dose acompanhada por um copo de água a cada oito a 12 horas, conforme orientação médica. Ele deve ser ingerido com o estômago cheio para prevenir náusea e mal-estar.
Vale lembrar que a automedicação nunca é indicada. A consulta com um profissional da saúde garante uma avaliação personalizada do quadro clínico do paciente e assegura um tratamento direcionado, que considera os possíveis efeitos colaterais e as contraindicações.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns do naproxeno incluem:
- Indigestão;
- Azia;
- Dor de estômago;
- Náusea;
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Sonolência;
- Hematomas;
- Coceira;
- Erupção cutânea;
- Inchaço;
- Zumbido.
Em casos mais raros, ainda é possível que o indivíduo apresente:
- Reação alérgica (coriza ou congestão nasal, chiado ou dificuldade para respirar, urticária e inchaço no rosto ou na garganta);
- Febre;
- Fraqueza intensa;
- Icterícia (amarelamento da pele ou dos olhos);
- Sinais de ataque cardíaco ou derrame (dor no peito que se espalha para o maxilar ou ombro, fala arrastada e sensação de falta de ar);
- Sangramento estomacal (fezes, tosse e vômito com sangue)
- Problemas no fígado (perda de apetite, urina escura e fezes com cor de argila);
- Alterações na frequência cardíaca;
- Pouca ou nenhuma micção;
- Pele pálida;
- Dificuldade de concentração.
Se qualquer um desses sinais for identificado, deve-se interromper o uso do medicamento imediatamente e buscar um pronto-socorro. Se necessário, acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192.
Contraindicações
O naproxeno pode não ser adequado a algumas pessoas. Informe seu médico se você tem histórico de:
- Reação alérgica ao naproxeno ou a qualquer outro AINE (como ibuprofeno, cetoprofeno, fenoprofeno, diclofenaco etc.);
- Úlcera estomacal;
- Sangramento no estômago ou intestino;
- Pressão alta;
- Insuficiência hepática, renal ou cardíaca;
- Doença de Crohn;
- Colite ulcerativa;
- Lúpus;
- Distúrbio de coagulação sanguínea.
Gestantes e lactantes
Esse remédio não costuma ser recomendado durante a gravidez, já que pode afetar o feto, causando problemas na circulação e nos níveis de líquido amniótico. Como a substância pode passar em pequenas quantidades para o leite materno, mulheres que amamentam também devem consultar um médico antes de usar o naproxeno.
Idosos
Para os idosos seu uso exige cautela, já que essa faixa etária apresenta maior risco de eventos adversos gastrointestinais (como úlceras e sangramentos), complicações renais e efeitos cardiovasculares. Sempre deve ser prescrito na menor dose eficaz e pelo menor tempo possível, preferencialmente associado a protetores gástricos quando há risco aumentado, e com acompanhamento médico rigoroso para avaliar a segurança e a necessidade de ajustes.
Revisão técnica: Mariana Jancis Unelo Rigolo (CRM 198725), membro do corpo clínico e da unidade de pronto-atendimento do Einstein Hospital Israelita. Residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina do ABC e especialização em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.