Entre as neoplasias malignas de cabeça e pescoço, o câncer de tireoide é o mais comum. Segundo a American Cancer Society, a doença afeta três vezes mais mulheres do que homens. No caso delas, a principal faixa de incidência é entre 40 e 50 anos, e no deles, entre 60 e 70 anos. No Brasil, estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que, em 2022, o tumor de tireoide foi o terceiro mais frequente entre as mulheres das regiões Sudeste e Nordeste. No mundo, porém, ele é o último em incidência quando comparado a outros nove tipos de neoplasia maligna. O dado, de 2020, é da International Agency for Research on Cancer (IARC).
Qual é o papel da tireoide no organismo humano?
Com o formato parecido com o de uma borboleta, a tireoide é uma glândula com cerca de 5 centímetros de diâmetro, localizada no pescoço, abaixo do pomo de adão. Seu papel é estimular e regular a liberação de hormônios que influenciam no metabolismo, respiração, frequência cardíaca, humor e temperatura corporal.
É importante lembrar que alterações na produção de hormônios tireoidianos (hipotireoidismo e o hipertireoidismo) são condições tratáveis que não têm relação com o câncer de tireoide.
Os tipos de tumor de tireoide
Os tumores de tireoide são chamados de carcinomas. São tumores que se formam a partir das células epiteliais, que estão presentes na pele e na maioria dos órgãos. Os carcinomas de tireoide se dividem em três categorias: diferenciados, pouco diferenciados e indiferenciados.
No primeiro grupo, dos diferenciados, estão: o carcinoma papilífero, que é o mais frequente e aparece entre 50% e 80% dos casos; o folicular, que representa de 15% a 20% dos casos; e o de células de Hürthle. Já os carcinomas pouco diferenciados e indiferenciados têm incidência parecida: cerca de 10% dos diagnósticos cada um.
Os sintomas do câncer de tireoide
Geralmente, o tumor de tireoide não causa sintomas. Exames de sangue não são muito úteis para detectá-lo, já que, por exemplo, o nível de TSH, um dos hormônios produzidos por ela, não se altera, mesmo quando o câncer está presente. É importante ficar atento à rouquidão e dificuldade de engolir que não tenham causas aparentes e à presença de nódulos na região do pescoço. Nesses casos, deve-se procurar um médico, já que a análise clínica com palpação do pescoço é a forma mais frequente de detectar tumores. Esse exame, aliás, deve fazer parte da verificação de rotina de qualquer pessoa.
As principais causas das neoplasias malignas de tireoide
Sobrepeso e obesidade deixam as pessoas mais sujeitas ao aparecimento de tumores na tireoide, que também é mais frequente em populações que têm uma alimentação pobre em iodo. Também estão no grupo de risco: portadores de algumas síndromes genéticas; quem tem histórico familiar de câncer de tireoide; pessoas que trataram doenças anteriores com aplicação de radiação na região do pescoço; profissionais que trabalham expostos à radiação (exposição ocupacional) e sobreviventes de acidentes nucleares.
Câncer de tireoide tem cura? Formas de tratamento
A boa notícia é que, quando diagnosticada precocemente, a doença é curada em até 95% dos casos. A cirurgia para retirar parte ou toda a glândula (tireoidectomia parcial ou total) é a opção mais frequente – e, nesse caso, é preciso fazer reposição para compensar a falta de hormônios pelo resto da vida. Quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias-alvo também estão entre os tratamentos utilizados.
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