O enfisema pulmonar é uma forma de doença obstrutiva crônica (DPOC) que compromete progressivamente a capacidade respiratória. Nesse processo, os pulmões perdem a elasticidade, ocorre o aumento de determinadas estruturas e a destruição das paredes alveolares, responsáveis pelas trocas gasosas no órgão.
Tabagismo e exposição constante a gases tóxicos estão entre as principais causas do enfisema. Poluentes do ar, principalmente em regiões urbanas industrializadas, exposição à poeira (incluindo a de carvão) e gases de combustíveis fósseis também são agentes desencadeadores da enfermidade.
Em casos de infecções que afetam as vias respiratórias, como gripes, resfriados e Covid-19, os pacientes com enfisema podem ter os sintomas agravados, apresentando dificuldade para respirar, excesso de catarro e tosse. Embora não tenha cura, existem tratamentos que podem aliviar os sintomas, especialmente nos momentos de crises. O diagnóstico precoce é fundamental para interferir na evolução da doença e adequar o estilo de vida.
Quais os sintomas de enfisema pulmonar?
Os sintomas na fase inicial podem ser discretos, com pouco impacto nas atividades cotidianas. Cansaço, tosse persistente e falta de ar costumam ser os mais frequentes, mas em intensidade baixa, eventualmente causando mais desconforto quando o paciente exerce algum esforço com mais demanda cardiopulmonar, podendo ser confundido com falta de condicionamento físico.
Nas fases mais avançadas, os mesmos sintomas tornam-se mais intensos, causando incômodo mesmo quando o paciente está em repouso. Isso afeta a autonomia e compromete a realização de atividades simples, como tomar banho e caminhar pela casa. De modo geral, os sintomas mais comuns são:
- Falta de ar;
- Tosse persistente;
- Produção aumentada de catarro;
- Chiado no peito;
- Perda de peso;
- Cansaço;
- Desconforto ao realizar esforços;
- Dedos dos pés e das mãos azulados.
Diagnóstico de enfisema pulmonar
Exames de imagem, como radiografia do tórax e tomografia computadorizada, são os mais comuns para fechar o diagnóstico da doença. O médico também investigará o histórico do paciente, questionando sobre tabagismo e exposição a gases tóxicos, na tentativa de eliminar esses agentes do cotidiano e, assim, desacelerar a progressão da doença.
Em muitos casos, a suspeita de enfisema ocorre em quadros de infecção respiratória, devido à intensidade dos sintomas. Além dos exames de imagem, também podem ser solicitados exames de sangue, incluindo gasometria arterial, que afere os gases presentes na circulação sanguínea. Outro exame é a espirometria, que mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira.
Tratamento de enfisema pulmonar
Mudanças no estilo de vida que possam eliminar a exposição aos agentes causadores do enfisema são fundamentais para influenciar na evolução da doença, que é progressiva e sem cura. Também podem ser utilizados medicamentos que favorecem a respiração, como broncodilatadores, em combinação com corticoides.
Cada caso deve ser avaliado individualmente e orientado por um médico especialista. As estratégias terapêuticas podem mudar conforme a doença evolui, incluindo o uso de oxigênio.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.