Parte do sistema digestório, o esôfago é uma espécie de tubo muscular oco, com 3 centímetros de diâmetro e aproximadamente 25 centímetros de comprimento, que faz a conexão entre a boca e o estômago.
O câncer de esôfago é a oitava neoplasia maligna com maior incidência no mundo, atingindo duas vezes mais homens do que mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) no Brasil, o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, excluindo o câncer de pele não melanoma.
Primeiros sintomas do câncer de esôfago
O câncer de esôfago não causa sintomas em seu estágio inicial. À medida que a doença avança, os principais sintomas são dor e dificuldade de engolir. Isso ocorre primeiro com alimentos sólidos; depois, o desconforto também aparece durante a ingestão de alimentos pastosos e, por fim, ao beber qualquer tipo de líquido. Isso explica por que muitas pessoas com a doença perdem peso e têm anemia e desidratação.
Dificuldades digestivas como azia, refluxo gastroesofágico e eructação (arroto) frequentes também pedem atenção, principalmente se a pessoa não apresentava esses sinais previamente. Outros possíveis sintomas são: dor na garganta ou no meio do peito, especialmente ao engolir; perda de apetite e de peso; sensação de cansaço ou de falta de energia; tosse persistente e rouquidão.
Casos de doença do refluxo gastroesofágico também têm sintomas semelhantes. Por isso, caso os sintomas sofram alterações, se agravem ou não apresentem características normais, é fundamental buscar atendimento de um médico especializado.
Quais são as causas do câncer de esôfago?
As causas do câncer de esôfago ainda não são totalmente conhecidas, mas alguns fatores podem funcionar como gatilhos para o aparecimento do tumor, como:
- Abuso de bebidas alcoólicas;
- Exposição de longo prazo a vapores químicos;
- Idade superior a 55 anos;
- Ingestão de alimentos e bebidas excessivamente quentes;
- Lesões de longo prazo na parede do esôfago causadas por refluxo ácido de longo prazo ou doença do refluxo esofágico;
- Esôfago de Barret, condição que atinge o tecido que reveste o órgão;
- Obesidade;
- Tabagismo.
O tumor pode se espalhar?
Sim. Existem vários linfonodos próximos ao esôfago, o que pode facilitar a migração das células cancerosas (via rede linfática) para outras partes do corpo – como para as membranas que revestem o pulmão e o coração, traqueia, brônquios e artéria aorta.
Como é feito o diagnóstico e qual é o tratamento do câncer de esôfago?
O diagnóstico é realizado por meio de biópsia, que geralmente é feita durante uma endoscopia, procedimento que consiste na introdução, na boca do paciente, de um tubo fino com uma câmera na ponta, que desce em direção ao esôfago. Se o resultado for positivo, outros exames serão solicitados para verificar se o câncer se espalhou para outros órgãos.
Em geral, a doença é tratável, mas pode ser algo complexo. O tratamento dependerá do tamanho e do tipo de tumor; onde está localizado; se ele se espalhou e do estado geral de saúde do paciente. O plano terapêutico pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Serão necessários check-ups regulares durante e após qualquer tratamento. Se o câncer de esôfago for encontrado precocemente e não se espalhar, a cirurgia pode ser realizada para removê-lo. A esofagectomia remove parte ou, em um pequeno número de casos, a maior parte do esôfago. Pode ser necessário também remover partes de outros órgãos que ficam próximos do esôfago, como a parte superior do estômago.
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