O que é síndrome do ovário policístico?

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Síndrome de ovário policístico é um distúrbio endocrinológico caracterizado pelo aumento da produção de hormônio masculino em mulheres. O termo policístico refere-se ao aspecto habitualmente encontrado nos ovários das mulheres com a síndrome, com a presença de diversos pequenos cistos. 

A síndrome acomete mulheres que naturalmente produzem uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos. Esse desequilíbrio hormonal interfere na ovulação e eleva a incidência de cistos, que resultam de uma pequena falha nos folículos ovarianos, onde são produzidos os óvulos.

Quais são os sintomas da síndrome do ovário policístico?

O principal sintoma são as alterações menstruais. O ciclo menstrual se torna irregular e muito espaçado. Os ovários podem aumentar de tamanho. Outro sintoma relatado pela maioria das mulheres acometidas pela síndrome é o hirsutismo, ou seja, o aumento de pelos em regiões do corpo da mulher com um padrão que costuma ocorrer nos homens, como nas regiões do rosto, nos seios e na região mediana do abdome. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo, outros sintomas são o aumento de peso e problemas com a fertilidade.

Qual a relação entre a síndrome do ovário policístico e a obesidade?

As mulheres com síndrome do ovário policístico apresentam elevada prevalência de obesidade e o excesso de peso está relacionado a manifestações clínicas mais graves, com maior expressão do hirsutismo e da irregularidade menstrual.

Níveis mais elevados de insulina e resistência à insulina também são habitualmente encontrados e desempenham papel importante no desenvolvimento da síndrome. 

Há também uma maior predisposição ao desenvolvimento de diabetes mellitus e de hipertensão arterial sistêmica.

A síndrome do ovário policístico afeta a fertilidade?

Sim. Isso ocorre porque o desequilíbrio hormonal característico da síndrome, que inclui a maior presença de testosterona, afeta a ovulação e, consequentemente, a fertilidade.

Como é feito o diagnóstico do ovário policístico?

O diagnóstico da síndrome do ovário policístico é obtido pelo médico através da anamnese (entrevista com o paciente) e de exames ginecológicos de rotina, sendo a ultrassonografia um importante exame complementar para a observação do aspecto policístico dos ovários.

É possível engravidar mesmo tendo ovário policístico?

Sim. O ginecologista vai indicar o tratamento adequado e podem ser necessárias medicações para corrigir o desequilíbrio endócrino e provocar a ovulação. 

Existe tratamento para ovário policístico?

Sim. Ainda não foi descoberta a cura para a síndrome, mas com medicação, é possível controlar os sintomas. A Síndrome de Ovário Policístico é uma doença crônica que exige acompanhamento permanente, já que o desequilíbrio hormonal pode desencadear outros problemas para a saúde da mulher.

Caso o médico indique a retirada dos cistos, a técnica mais usada é a cauterização laparoscópica. Através de pequenas incisões na parede abdominal, os cistos são cauterizados. 

Qual a diferença entre cisto no ovário e ovário policístico?

A diferença está no tamanho e no número de cistos. Geralmente, na síndrome do ovário policístico existem de 10 a 20 pequenos cistos com 0,5 centímetro de diâmetro. Já o cisto costuma ser único e maior, medindo de 3 centímetros a 10 centímetros. 

Qual é a relação entre ovários policísticos e Covid-19?

Durante a pandemia de Covid-19, alguns estudos científicos investigaram a hipótese de que mulheres portadoras de síndrome do ovário policístico apresentavam maior susceptibilidade ao vírus que causa a doença (SARS-CoV-2). 

A hipótese foi confirmada em diversos estudos epidemiológicos que mostraram que as mulheres com SOP apresentam um risco 28% a 50% maior de serem infectadas pelo vírus SARS-CoV-2 e que, nessas mulheres, a Covid-19 está associada ao aumento das taxas de hospitalização, morbidade e mortalidade. 

Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

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