A parada cardiorrespiratória ocorre quando o coração para de bater e a pessoa para de respirar. Nessa situação, o socorro médico precisa ser acionado imediatamente (ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Samu, no número 192). Enquanto se aguarda o atendimento, a massagem cardíaca deve ser iniciada para que o coração volte a pulsar.
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A ressuscitação de pessoas com parada cardiopulmonar é uma prática antiga e vem sendo orientada por protocolos das organizações de cardiologia. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia publica diretrizes em que orienta o uso da manobra por profissionais de saúde e por leigos, assim como o uso do desfibrilador externo automatizado (DEA).
A cada minuto que passa, a chance de sobrevivência fica de 7% a 10% menor. Por isso e pelo fato de a compressão torácica ser uma medida efetiva para reversão da parada cardíaca, é recomendável que o leigo que estiver próximo do paciente e que saiba fazer a massagem cardíaca inicie imediatamente o protocolo.
5 passos para fazer compressões torácicas em adulto
Segundo o protocolo da Sociedade Brasileira de Cardiologia, “os aspectos principais a serem observados nas compressões são frequência, profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima”:
- Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro, para que tenha melhor estabilidade (é melhor que a pessoa esteja deitada no chão);
- Coloque o calcanhar da mão no esterno (osso que fica no centro do peito da pessoa). Coloque a outra mão em cima da primeira mão e interligue os dedos;
- Usando o peso do seu corpo, pressione diretamente para baixo de 5 a 6 centímetros no peito;
- Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando “descansar” apoiado sobre o tórax da vítima. O movimento de sobe e desce deve ser contínuo;
- Repita o movimento até que uma ambulância chegue e os profissionais assumam os cuidados.
O que é o esterno?
O esterno é um osso alongado e chato que se situa na frente do tórax, no centro do peito. Ele protege o coração e os pulmões.
Como funciona o desfibrilador?
Um desfibrilador é um dispositivo elétrico portátil que, segundo a Lei Federal 4050/2015, deve fazer parte do equipamento de primeiros socorros de todos os locais onde há grande circulação de pessoas, como centros comerciais, aeroportos e estádios de futebol.
Ele ajuda a estabelecer um batimento cardíaco regular durante uma parada cardíaca, monitorando os batimentos cardíacos da pessoa e dando-lhes um choque elétrico, se necessário.
Se tiver acesso a um desfibrilador, você deve usá-lo imediatamente. O equipamento é inteligente e, assim que for ligado, vai orientar o atendimento com mensagens verbais. Ele deve ser usado até a chegada do socorro médico.
Sobre a parada cardiorrespiratória
Causas
A parada cardiorrespiratória pode ser provocada por várias causas, entre elas o infarto do miocárdio, a insuficiência cardíaca, a emergência de um coágulo nos pulmões, um desequilíbrio eletrolítico de potássio ou magnésio.
Ela pode ser decorrência, ainda, de um choque, um trauma, ou de uma overdose de drogas que colapsa o sistema elétrico do coração.
Sinais e sintomas
A pessoa que tem uma parada cardiorrespiratória parece não estar respirando, não se move nem responde a qualquer estímulo.
Parada cardíaca versus parada cardiorrespiratória
Parada cardíaca é o termo mais usado popularmente para se referir à parada cardiorrespiratória. A rigor, parada cardíaca é a interrupção repentina da função de bombeamento do coração.
Em consequência, ocorre a parada respiratória, que é a interrupção total da respiração, devido à falta de oxigênio e excesso de gás carbônico no sangue.
Parada cardiorrespiratória (ou parada cardíaca) versus infarto
As causas que provocam as duas condições são diferentes:
- A parada cardiorrespiratória começa quando uma disfunção faz o coração parar de bater ou passar a bater de forma muito fraca.
- Já o infarto ocorre porque uma artéria foi bloqueada por um coágulo, que interrompe o caminho do sangue até o coração.
Mas, atenção: o infarto é a causa mais frequente da parada cardiorrespiratória.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.