O Pólipo é um tumor semelhante a uma verruga e pode aparecer não só no nariz, mas também em partes do corpo que são recobertas por mucosas — caso da boca, do útero e do ânus. Embora sejam provocados por uma multiplicação atípica de algumas células, os pólipos costumam ser benignos e não têm relação com o câncer.
No caso do nariz, os pólipos geralmente crescem na entrada dos seios paranasais, cavidades aéreas localizadas nos ossos do crânio e da face que, entre outras funções, ajudam a filtrar o ar e aquecer o ar que chega aos pulmões.
1. Por que eles aparecem?
Os pólipos são resultado de processos inflamatórios crônicos e estão associados à asma, infecções recorrentes, alergias, sensibilidade a algumas substâncias e a alterações imunológicas.
2. Pólipo e carne esponjosa são a mesma coisa?
Não. A carne esponjosa, que também é chamada de adenoide, é um tecido que se localiza na região entre o nariz e a garganta. Assim como as amígdalas, a adenoide é formada por um aglomerado de células que produzem anticorpos a fim de combater infecções. Na idade adulta, amígdalas e adenoide tendem a ficar menores.
Algumas vezes, a expressão carne esponjosa também é usada para se referir aos cornetos nasais, estruturas localizadas nas paredes laterais do nariz.
3. Quais são os sintomas?
Apesar de indolores, os pólipos nasais causam irritação e um leve inchaço na mucosa do nariz, além de provocar vários outros incômodos. É indicado procurar um otorrinolaringologista se notar que um ou mais destes sintomas apareceram há mais de dez dias:
- obstrução e congestão nasal;
- espirros constantes;
- excesso de secreção no nariz;
- sensação de secreção escorrendo pela garganta (gotejamento pós-nasal);
- redução ou mesmo perda do olfato;
- dor no rosto;
- coceira ao redor dos olhos e infecções crônicas dos seios paranasais.
Inclusive, algumas pessoas não se dão conta de que algo está errado, porque se habituaram a conviver com o desconforto.
4. Como é feito o diagnóstico?
Por meio de avaliação clínica. Dependendo do caso, o médico pode solicitar uma biópsia para descartar a hipótese de câncer.
5. E o tratamento?
É preciso controlar o processo irritativo, alérgico ou infeccioso que está por trás do aparecimento dos pólipos — caso contrário, eles podem voltar. Em paralelo, o médico prescreve corticosteroides por via oral ou na forma de spray nasal para eliminar os pólipos.
Existe também uma substância chamada dupilumabe, que contribui para fazer os pólipos regredirem. Trata-se de um anticorpo monoclonal, ou seja, produzido em laboratório a partir de células vivas do paciente, que contribui para a regressão dos pólipos.
6. É necessário fazer cirurgia?
Depende do caso. A remoção cirúrgica é recomendada quando os pólipos obstruem as vias respiratórias e provocam infecções recorrentes nos seios paranasais. Em alguns casos, o procedimento cirúrgico é feito para corrigir os seios paranasais ou remover parte deles a fim de evitar que outros pólipos apareçam.
Revisão Técnica: Sabrina Bernardez Pereira – Médica Economia da Saúde Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em Cardiologia pela SBC/AMB, doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF.