A pregabalina pertence à classe dos medicamentos anticonvulsivantes e costuma ser utilizada para tratar quadros de epilepsia e ansiedade. A medicação reduz impulsos elétricos anormais no cérebro e impede a liberação de substâncias responsáveis pela sensação de inquietação.
Também pode ser receitada para aliviar sintomas da dor neuropática. Essa condição está associada a danos nos nervos de braços, dedos, mãos, pernas e pés, em decorrência de complicações de diabetes (neuropatia diabética), herpes-zóster (neuralgia pós-herpética) ou lesão na medula espinhal.
Como usar a pregabalina
Classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha e obrigatoriedade de retenção de receita, a pregabalina só pode ser comercializada nas farmácias mediante a entrega de um pedido médico assinado. Essa medida tem como objetivo manter um maior controle sobre a circulação do remédio que, se utilizado em excesso ou fora das instruções, pode levar à dependência.
O produto está disponível no formato de cápsula, solução oral e comprimido de liberação prolongada para administração oral. Os dois primeiros devem ser tomados com ou sem alimentos, duas ou três vezes ao dia (a depender da indicação médica), enquanto o último geralmente se recomenda utilizar uma única vez ao dia, sempre no mesmo horário.
Além das instruções profissionais, descritas na receita, é importante fazer a leitura da bula presente na caixinha do medicamento. Se surgir qualquer dúvida, fale com seu médico.
Efeitos colaterais
Dentre os efeitos colaterais mais comuns da pregabalina estão:
- Dor de cabeça;
- Sono;
- Cansaço;
- Tontura;
- Diarreia;
- Mudança de humor;
- Mal-estar;
- Inchaço em mãos, braços, pernas e pés;
- Visão turva;
- Dificuldades para obter uma ereção;
- Ganho de peso;
- Problema de memória.
Mais raramente, as pessoas em tratamento com o remédio também podem relatar casos de:
- Pensamentos de automutilação ou suicídio;
- Desmaio;
- Alucinação
- Micção frequente;
- Sangue na urina;
- Respiração fraca ou superficial;
- Pele, lábios e dedos das mãos e dos pés azulados;
- Constipação.
Se isso ocorrer, deve-se procurar ajuda médica o quanto antes. Mas vale mencionar que a interrupção repentina da pregabalina pode levar a episódios de convulsões ou sintomas de abstinência. Siga sempre as orientações do seu médico.
Contraindicações
A pregabalina é adequada apenas para adultos. Ela não deve ser administrada em crianças e adolescentes, e pode não ser indicada para idosos com mais de 65 anos.
Devido à maior vulnerabilidade aos seus efeitos colaterais, também merecem atenção pessoas:
- Alérgicas a qualquer um dos componentes do produto;
- Com histórico de dependência (álcool, tabaco, drogas ilícitas, medicamentos etc.);
- Em uma dieta controlada de sódio;
- Com problemas nos rins ou de respiração.
Na gravidez, a pregabalina pode aumentar o risco de defeitos congênitos no bebê, por isso seu uso é desaconselhado nessa fase. Lactantes devem consultar um especialista para checar a possibilidade de prejuízos à saúde do bebê.
Uso em idosos
O uso da pregabalina em idosos exige cautela devido ao maior risco de efeitos adversos nessa faixa etária, especialmente sedação, tontura, instabilidade postural e quedas, além de possíveis alterações cognitivas.
Como é eliminada principalmente pelos rins, é fundamental ajustar a dose conforme a função renal (clearance de creatinina), evitando acúmulo e toxicidade. Recomenda-se iniciar com a menor dose eficaz, realizar titulação lenta e monitorar sintomas neurológicos, equilíbrio e queixas cognitivas ao longo do tratamento.
A prescrição deve sempre considerar a relação risco-benefício, dado o potencial de prejudicar a autonomia funcional do idoso.
Revisão técnica: Mariana Jancis Unelo Rigolo (CRM 198725), membro do corpo clínico e da unidade de pronto-atendimento do Einstein Hospital Israelita. Residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina do ABC e especialização em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.