Quais os fatores de risco para a doença arterial coronariana (DAC)?  

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A doença arterial coronariana (DAC) é uma cardiopatia geralmente caracterizada por fortes dores na região torácica. Sua ocorrência está diretamente relacionada a complicações da aterosclerose, que é o entupimento por placas de gordura das artérias coronárias, responsáveis por levar o sangue ao coração.  

Sem a circulação normal dos nutrientes e do oxigênio, o órgão central do sistema cardiovascular passa por uma diminuição de suas funções. Com isso, o indivíduo pode apresentar dificuldades para realizar as suas atividades diárias, especialmente aquelas que exigem condicionamento físico. 

Dentre pessoas diagnosticadas com a condição, é comum o relato de episódios nos quais elas têm a sensação de aperto ou pressão no peito, seguido por uma dor aguda que se estende para braços, pernas e costas. Outros sintomas incluem mal estar, suor frio, náusea, falta de ar e cansaço. 

Vídeo: Tenho hipertensão, posso desenvolver a doença arterial coronariana? 

Tipos de doença arterial coronariana 

Os médicos diagnosticam a DAC em pacientes a partir de duas classificações. São essas: 

  • DAC Crônica: a dor se manifesta de forma gradual e muitas vezes aparece como resposta à realização de exercícios que exigem esforço físico. Para o seu diagnóstico, são conduzidos eletrocardiograma e exames provocadores de isquemia (como o teste ergométrico);
  • DAC Aguda: quando a dor aparece em episódios súbitos, tem forte intensidade e duração prolongada. Normalmente, é diagnosticada nas unidades de emergência, por meio de eletrocardiograma, coleta de sangue e alguns exames de imagem.

Fatores de risco 

A cardiopatia é mais frequente em homens a partir dos 45 anos e em mulheres acima dos 55 anos. Quanto mais velho, maior a probabilidade de desenvolver a condição. 

Na maioria dos casos, a DAC causa dor, o que acende o alerta para buscar ajuda com profissionais clínicos gerais ou cardiologistas. Contudo, mais raramente, existe a possibilidade de a condição avançar de forma silenciosa. 

Isso pode ocorrer se o paciente apresenta adaptações coronoarianas que suprem a necessidade de nutrientes do órgão e não tornam sintomáticas as ateroscleroses coronárias mais graves, ou simplesmente por uma maior tolerância à dor. 

Por isso, além dos sintomas, também é importante estar atento aos fatores de risco da doença arterial coronariana. Tais como: 

  • Hipertensão arterial sistêmica; 
  • Diabetes; 
  • Alterações nos níveis de colesterol; 
  • Histórico familiar para doenças coronárias; 
  • Tabagismo (cigarros, pods, vapes, etc.); 
  • Sedentarismo; 
  • Obesidade; 
  • Má qualidade do sono;  
  • Estresse. 

Vídeo: A doença arterial coronariana pode ser hereditária? 

Tratamento 

Como a DAC é uma complicação de outras condições, a melhor forma de lidar com a doença é por meio de tratamento medicamentoso para controle dos níveis de glicemia, pressão e colesterol. Mudanças nos hábitos de rotina, como parar de fumar, hábitos alimentares saudáveis e praticar atividades físicas regularmente trazem impactos positivos para o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes. 

Nos casos mais graves, em que a desobstrução coronariana se faz necessária, o tratamento pode incluir procedimentos como a angioplastia ou até mesmo cirurgias para a  revascularização do miocárdio.  

No primeiro caso, a desobstrução dos vasos é feita por meio da inserção de um cateter e posicionamento de um stent (uma pequena prótese em forma de tubo usada para melhorar o fluxo sanguíneo) no local da obstrução. Na cirurgia, a equipe médica cria caminhos alternativos para o sangue ultrapassar as obstruções de gordura e chegar ao coração.  

Prevenção 

Além de aderir a hábitos de vida saudáveis, a melhor forma de prevenir a DAC é por meio da realização de check-ups de rotina. A indicação médica é que os exames de coração comecem a ser solicitados a partir dos 30 anos, ficando mais regulares aos 40 ou 45 anos de idade. Em casos de pessoas com histórico familiar, essa recomendação pode ser diferente. Consulte sempre um médico para melhores informações.


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

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