Quem nunca começou a sentir uma dor e decidiu, por conta própria, tomar uma dose de um analgésico que já tinha em casa? Essa prática é conhecida como “automedicação” e, por mais inofensiva que possa parecer, pode acarretar diversas consequências à saúde. Entre os riscos estão reações alérgicas, dependência química e até morte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a automedicação é aceita quando se trata de uma medida de autocuidado, e não autoprescrição. Isso significa que ela só deve ocorrer quando a pessoa:
- Já foi bem orientada por um profissional da saúde em relação ao uso daquele medicamento específico;
- Conhece os sintomas e as causas do problema que está apresentando;
- Sabe os efeitos daquele medicamento no seu corpo.
Mesmo nesses casos, porém, a automedicação não substitui a avaliação feita por um médico. Esses profissionais são treinados para avaliar cada caso e decidir a conduta terapêutica mais adequada.
Podcast “O que te trouxe aqui?” | Temporada 1, Episódio 20
Classificação dos medicamentos
No Brasil, os remédios são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a partir de diferentes colorações de tarja. Elas servem para diferenciá-los em relação ao seu potencial risco para o paciente, bem como para manter um maior controle sobre sua circulação no território.
Saiba mais sobre as classificações dos medicamentos:
Sem tarja
Com ação bem específica e poucos efeitos colaterais, os chamados medicamentos sem tarja ou de venda livre são isentos de prescrição. Isso significa que eles não necessitam de uma receita médica para ser adquiridos nas farmácias. Incluem analgésicos, antitérmicos e antiácidos, que costumam ser indicados no tratamento de doenças não graves e com evolução lenta.
Tarja vermelha
Esses produtos oferecem um risco intermediário de efeitos adversos ao usuário e devem obrigatoriamente ser prescritos por profissionais da saúde. A tarja vermelha se divide em duas subcategorias: sem retenção de receita, em que o documento só precisa ser apresentado no balcão da farmácia; e com retenção, no qual o receituário deve ser entregue aos farmacêuticos.
Tarja preta
Por afetarem o sistema nervoso central, esses produtos exigem um controle maior na hora de serem adquiridos. Isso porque, se utilizados fora da prescrição médica, podem levar a efeitos colaterais graves e causar dependência química. Tais medicamentos só podem ser adquiridos mediante a apresentação e a retenção da receita.
Tarja amarela
Há também o grupo dos medicamentos genéricos, que são destacados com uma tarja na cor amarela. Eles podem pertencer tanto ao grupo dos tarjados quanto dos não tarjados. Assim, podem ou não exigir receituário médico.
Mesmo que alguns medicamentos sejam potencialmente menos danosos do que outros, todos apresentam certo nível de toxicidade ao corpo. Daí a relevância por trás desse cuidado.
Um bom exemplo são os antibióticos, utilizados para lidar com infecções por bactérias. Quando em excesso, oferecem um sério risco de desequilíbrio do organismo, à medida que podem eliminar agentes necessários para a digestão dos alimentos e a absorção dos nutrientes pelo corpo.
Descarte de remédios
As autoridades de saúde destacam que medicamentos “sobrando” de um tratamento não devem ser guardados para uma eventual nova necessidade. O ideal é que sejam descartados – e da maneira correta.
Eliminar os comprimidos pela privada pode contaminar as águas; jogá-los no lixo comum tampouco é a resposta devido ao risco de contaminação ambiental e de ser usado indevidamente por outras pessoas. O caminho correto de descarte é destiná-los a uma farmácia ou unidade básica de saúde (UBS) local.
Desde 2020, o governo brasileiro prevê por meio do decreto nº 10.388 que esses estabelecimentos participem de um programa federal de “logística reversa”. Ele exige que o descarte dos remédios vencidos ou em desuso seja feito pela própria cadeia de produção e distribuição.
Isso significa que é de responsabilidade dos fabricantes, importadores e comerciantes garantir um destino final ambientalmente seguro a esses produtos. Para descobrir o ponto de coleta mais próximo da sua residência, você pode consultar o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir).