Toda vez que a pele sofre uma lesão, os fibroblastos e as células endoteliais se proliferam para cobrir o dano até que a superfície da pele esteja intacta de novo. O queloide é resultado de uma falha nesse processo e aparece quando, por alguma razão, o tecido cicatricial cresce de forma exagerada.
Mulheres e pessoas de pele escura têm mais propensão
A faixa de maior incidência é entre 10 e 30 anos. Sabe-se também que, quanto mais escura a pele, maior a probabilidade de ter queloides — asiáticos também têm predisposição. O histórico familiar não deve ser desprezado, e quem tem um queloide é mais propenso a desenvolver outros.
Tudo pode virar queloide em quem tem predisposição
Cortes, queimaduras, cicatrizes de cirurgias, de acne e de catapora, qualquer tipo de lesão cutânea pode levar a queloides. É difícil encontrar quem desenvolveu esse tipo de cicatriz depois de fazer um piercing ou uma tatuagem, mas ela é relativamente comum após a colocação de brincos e pode aparecer depois de uma cesariana.
Cicatriz hipertrófica é outra coisa
Muito mais comum do que o queloide, a cicatriz hipertrófica também costuma ser elevada. A diferença é que, na cicatriz hipertrófica, o tecido cicatricial cresce dentro dos limites da lesão original — o que não acontece no queloide.
Tratamento difícil
É pouco provável que qualquer tratamento faça um queloide desaparecer completamente – o objetivo é reduzir ao máximo o tamanho da cicatriz para deixá-la o mais discreta possível. O dermatologista pode associar várias técnicas para isso e a escolha depende do tamanho da cicatriz e de onde se localiza.
Entre os tratamentos mais utilizados estão infiltração de corticoides, sessões de crioterapia e aplicação de laser, além do uso de placas de silicone. Em alguns casos, é necessário fazer a remoção cirúrgica de parte do queloide e/ou sessões de betaterapia, tratamento que consiste na aplicação de radiação ionizante para ajudar a reduzir o tamanho da cicatriz.
Cada caso é um caso
Em queloides resultantes de cesarianas, a conduta mais comum é infiltrações de corticoides e uso de placa de silicone. Outra situação que leva algumas pessoas ao consultório do dermatologista é o queloide que surge depois da colocação de brincos.
Nesse caso, a primeira recomendação é remover a joia assim que notar que o local ao redor do furo está inflamado ou mesmo inchado. Em uma situação como essa, o tratamento geralmente inclui infiltração de corticoides, curativos compressivos e, eventualmente, cirurgia.
Um queloide mais complicado de tratar é o que surge depois de uma tatuagem. Em cicatrizes assim, o que mais se utiliza é a infiltração de corticoides.
Revisão técnica: Beni Grinblat, Dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein