Por serem assintomáticas no início, as neoplasias malignas ovarianas podem demorar a ser descobertas, o que dificulta o tratamento e as chances de cura.
Entre os cânceres ginecológicos, o de ovário só perde para as neoplasias malignas do colo de útero. Em 2022, estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontaram 7.310 novos casos de tumores ovarianos. Já a edição 2020 do Atlas de Mortalidade por Câncer, do Ministério da Saúde, indicou mais de 3.000 óbitos provocados pela doença.
Fatores que aumentam o risco do câncer de ovário
- Idade – A maioria dos diagnósticos é feita em mulheres a partir dos 40 anos;
- Fatores reprodutivos e hormonais – Mulheres que não têm filhos estão mais sujeitas ao câncer de ovário. E, embora a infertilidade também seja um fator de risco, não há dados que comprovem que a indução da ovulação feita em tratamentos para combater essa condição tenha relação com o aparecimento de tumores ovarianos;
- Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos);
Menopausa tardia (a partir dos 55 anos); - Histórico familiar – Quem tem parentes com câncer de ovário, câncer colorretal ou câncer de mama corre mais risco de desenvolver tumores de ovário;
- Fatores genéticos – Mutações em genes como BRCA1 e BRCA2 indicam risco elevado de câncer de mama e de ovário;
- Excesso de gordura corporal.
Quais são os tipos de câncer de ovário e os primeiros sintomas?
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 95% dos casos os tumores de ovário têm origem nas células epiteliais, que são as células que revestem esses órgãos. Os outros diagnósticos estão relacionados a falhas no processo de renovação e crescimento das células germinativas (responsáveis pela formação dos óvulos) e das células estromais (que respondem pela produção da maior parte dos hormônios femininos).
Em grande parte dos casos, os tumores dos ovários só se tornam sintomáticos quando estão em estágio avançado. Por isso, é importante se fazer o check-up ginecológico todo ano. E, se notar os seguintes sintomas por duas semanas ou mais, procure um médico: sangramento vaginal anormal ou depois da menopausa; dor ou pressão na região pélvica; inchaço e dor abdominal, dor nas costas e mudanças nos hábitos urinário e intestinal.
Como é feito o diagnóstico do câncer de ovário?
O acompanhamento regular com um ginecologista é importante para mulheres de qualquer idade, sendo que a partir dos 50 anos deve-se redobrar esse cuidado. Geralmente, o médico solicita a realização de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos para as pacientes que apresentam sinais e sintomas sugestivos de câncer de ovários e para as que são assintomáticas, mas que pertencem aos grupos de risco. Lembrando que o Papanicolaou é um exame preventivo específico para a detecção do câncer do colo do útero.
Quais são os tratamentos do câncer de ovário?
Geralmente, o médico faz o estadiamento da doença, ou seja, define o comportamento do tumor, durante a cirurgia. São quatro estágios, sendo que, no primeiro, a lesão se localiza apenas no interior de um ou dos dois ovários e pode haver células cancerosas no líquido extraído do abdome da paciente durante o procedimento cirúrgico.
O estágio 4, por sua vez, é o mais grave e indica que o tumor se disseminou para órgãos distantes do ovário. A partir do estadiamento, é indicada a quimioterapia mais adequada.
Em todos os casos, médico e paciente devem conversar sobre os efeitos colaterais e se haverá perda da fertilidade. Se essa for uma probabilidade, o congelamento prévio de óvulos é uma saída para mulheres que desejam engravidar depois do tratamento. E, em alguns casos, é possível fazer uma cirurgia parcial a fim de preservar a fertilidade.
Outras opções para tratar tumores de ovário são as terapias-alvo e a hormonioterapia. Na primeira, são utilizados medicamentos que agem apenas nas células cancerígenas; já a hormonioterapia bloqueia a produção, ou interfere no local onde os hormônios agem, retardando ou interrompendo o crescimento de tumores.
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