Síndrome da angústia respiratória aguda: o que é e como tratar?

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A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma emergência médica. Ela pode acontecer por diversas razões e se caracteriza pela insuficiência respiratória, quando há acúmulo de líquido nos pulmões, mas especificamente nos alvéolos (pequenos sacos de ar). 

O líquido impede que os pulmões se encham de ar suficiente, o que significa que menos oxigênio chega à corrente sanguínea. Normalmente ocorre em pessoas que já estão gravemente doentes, e a maioria das pessoas afetadas já está hospitalizada. O risco de morte aumenta com a idade e a gravidade da doença.

Pode atingir adultos e recém-nascidos, sendo mais comum ocorrer quando o bebê é prematuro ou quando a mãe teve diabetes gestacional. 

Falta de ar, respiração rápida e superficial, pele azulada e mau funcionamento de órgãos como coração e cérebro podem ocorrer em pacientes com a síndrome. 

Quais são as causas da SARA?

A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) pode ter diversas causas. Estão entre as principais:

  • Sepse: a causa mais comum de SARA é a sepse, uma infecção grave e generalizada da corrente sanguínea;
  • Pneumonia grave: os casos graves de pneumonia geralmente afetam todos os cinco lobos dos pulmões;
  • Covid-19: durante a pandemia, descobriu-se que a SARA é uma das síndromes associadas à ação do vírus SARS-CoV-2. Nos casos mais graves, a SARA associada à Covid-19 pode ter características diferentes, como alta prevalência de trombose venosa e coagulopatia (distúrbios hemorrágicos);
  • Inalação de substâncias: respirar altas concentrações de fumaça ou vapores químicos, assim como inalar (aspirar) vômito ou episódios de quase afogamento podem resultar em SARA;
  • Lesão grave em cabeça, tórax: acidentes, como quedas ou acidentes de carro, podem danificar diretamente os pulmões ou a parte do cérebro que controla a respiração;
  • Outros: pancreatite (inflamação do pâncreas), transfusões maciças de sangue e queimaduras.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado a partir da dificuldade de respiração, somada à aferição do nível de oxigênio no sangue e radiografia do tórax. Sem atendimento rápido, o risco de morte é elevado. 

Um estudo relatado pela revista científica The Lancet feito em 50 países em 2016 concluiu que 10% dos pacientes em UTIs e 23% dos pacientes em ventilação mecânica preenchiam os critérios da SARA. O texto ressalta que a pesquisa foi feita no inverno e que a taxa de mortalidade ficou entre 35% e 45%. 

Existe tratamento?

O tratamento requer internação em unidade intensiva, para uso de ventilação mecânica e combate às causas. Os medicamentos utilizados e demais estratégias terapêuticas são definidos de maneira individualizada.

É comum perda de peso e de massa muscular durante a internação. Para o tratamento ser bem-sucedido, é necessário que a causa da síndrome receba o manejo correto e apresente evolução favorável ao paciente. 

Recém-nascidos

A SARA ocorre em bebês nascidos precocemente (prematuros) cujos pulmões não estão totalmente desenvolvidos. Isso acontece porque o pulmão do bebê prematuro ainda não tem a produção adequada da substância que reveste os alvéolos (chamada surfactante). 

O surfactante é um líquido produzido nos pulmões por volta da 26ª semana de gravidez. À medida que o feto cresce, os pulmões produzem mais surfactantes. O surfactante reveste os pequenos sacos de ar nos pulmões e ajuda a evitar que entrem em colapso. 

Aqueles que correm maior risco são: irmãos que tiveram SARA, nascimentos gêmeos ou múltiplos, parto cesáreo, mãe que tem diabetes, infecção, frio ou hipotermia. 

A maioria dos recém-nascidos com SARA sob cuidado médico sobrevive, embora alguns precisem de tratamento prolongado, pois desenvolvem displasia broncopulmonar. Nesses casos, o pulmão passa a ter um distúrbio crônico, porque os alvéolos foram afetados durante a ventilação mecânica.


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), mestrado e doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense.

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