A síndrome de Fournier é uma infecção causada por bactérias que acomete os tecidos moles da região perineal (entre o ânus e o órgão genital), na maioria das vezes causadas por ferimentos ou abscessos na região do períneo, procedimentos urológicos, ginecológicos ou anais.
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Essa síndrome, também chamada de fascite necrótica perineal ou gangrena de Fournier, pode também estar relacionada a diabetes, alcoolismo e desnutrição grave. Embora menos comum em mulheres, elas tendem a necessitar de hospitalização mais longa e a taxa de mortalidade é mais alta do que em pacientes do sexo masculino.
Rara, essa doença não é contagiosa, mas pode causar a morte se não for diagnosticada e tratada rapidamente, uma vez que essa infecção tem piora rápida. Em 3% dos casos, a síndrome de Fournier é fatal.
Quais são os sinais da síndrome de Fournier?
Os principais sinais da síndrome de Fournier são vermelhidão, dor, sensibilidade e inchaço nos órgãos genitais ou região do períneo, acompanhados de febre, forte odor e mal-estar. Quando ocorre uma gangrena, os tecidos da região lesionada “morrem” por falta de fluxo sanguíneo ou infecção causada por bactérias.
No caso da síndrome de Fournier, a gangrena destroi músculos, nervos e artérias. A pele da região afetada muda de cor quando está gangrenada. Primeiro pode ficar roxo-avermelhada, depois passa para uma tonalidade cinza-azulada e, por fim, preta, quando os tecidos estiverem necrosados, estágio já irreversível.
Em casos mais graves, essa infecção se estende para as coxas, estômago e tórax, destruindo da mesma maneira músculos, nervos e artérias dessas regiões. Pouco frequente, mas possível de acontecer, a síndrome de Fournier causa anemia, taquicardia (o coração apresenta batimentos acelerados) e pressão arterial baixa.
Causas da síndrome de Fournier
Entre as bactérias mais comuns que causam essa doença estão E. coli (Escherichia coli), Klebsiella, Staphylococcus e Streptococcus, que entram nas áreas genitais de diversas maneiras, levando à síndrome de Fournier:
- Abscesso;
- Fístula anal e diverticulite;
- Perfuração genital;
- Infecção da bexiga ou trato urinário;
- Lesão que causa arranhão ou queimadura;
- Picada de inseto;
- Câncer retal;
- Falta de higiene íntima;
- Relação sexual;
- Úlcera.
Tratamento da síndrome de Fournier
A síndrome de Fournier é curável, com tratamento que combina uso de antibióticos e cirurgia. A operação consiste em remover o tecido lesionado e também para evitar que a infecção bacteriana se espalhe.
Às vezes são necessárias três ou mais cirurgias. A última etapa é uma cirurgia reconstrutiva, para que a região fique semelhante ao que era antes da doença. É necessário o controle para evitar reinfecção.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes – Médico do Pronto Atendimento e do Corpo Clínico, preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.