Durante o sono do bebê colocá-lo de barriga para cima e preparar o local onde ele vai dormir são fatores importantes para protegê-los contra sufocamentos e até mesmo a morte sem causa aparente. Dados de um estudo publicado no periódico americano Pediatrics reforçam a importância de medidas de conscientização e de prevenção.
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Isso porque a posição na qual o bebê dorme, o local e o tipo de superfície, além da roupa de cama usada, estão entre os principais motivos por trás da morte súbita durante o sono.
Para chegar ao resultado, os autores avaliaram dados dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, sobre as mortes súbitas de bebês de dois a nove meses, separando diferentes tipos de óbito.
Apesar de uma queda por conta das campanhas feitas a partir dos anos 2000, foram registrados 3,4 mil casos nos Estados Unidos em 2019.
“O que o artigo traz de novo é que os fatores de risco para morte por sufocamento são praticamente os mesmos daqueles da morte súbita, incluindo a síndrome da morte súbita infantil”, esclarece Magda Lahorgue Nunes, presidente do Departamento Científico de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e neurologista infantil com certificado de atuação em Medicina do Sono.
Quais os principais riscos durante o sono do bebê?
Embora os fatores de risco sejam similares, o impacto deles é diferente em cada caso. Por exemplo, o uso incorreto de travesseiros e edredons e o hábito de compartilhar a cama com o bebê trazem mais risco de sufocamento e também aumentam a probabilidade de ocorrer uma morte súbita.
Bebês que dormem de barriga para baixo ou de lado, ou, ainda, longe dos pais, também têm alto risco de morte súbita por qualquer causa. Já o fato de a criança adormecer fora do berço aumenta 4 vezes a chance de sufocamento, mas não tem relação com morte sem motivo aparente.
Garantindo um sono mais seguro
Conforme os pesquisadores, os resultados do estudo reforçam a importância da comunicação sobre práticas seguras do sono em bebês. Isso inclui colocar a criança para dormir sempre de barriga para cima e não manter soltos e próximos edredons, travesseiros, almofadas, brinquedos, pelúcias, mantas e lençóis.
Além disso, o bebê deve sempre dormir no berço, numa superfície lisa e reta — e não em colchões fofos ou sofás. Também é recomendado que os pais compartilhem o mesmo quarto que o filho pelo menos nos primeiros seis meses de vida, mas nunca a mesma cama.
Tais informações são da Sociedade Brasileira de Pediatria e estão alinhadas com as da Academia Americana de Pediatria. Além das orientações do estudo, o órgão dos Estados Unidos também indica oferecer a chupeta durante o sono, já que ela pode proteger contra apneias (mas somente após o aleitamento estar bem estabelecido).
Deve-se, ainda, alimentar a criança com leite materno, cuidar para não sobreaquecer o bebê ou cobrir sua cabeça ao dormir, e evitar a exposição a fumaça, nicotina, álcool e drogas durante a gravidez e pós-parto.