A tadalafila é um medicamento que inibe a ação de uma enzima naturalmente secretada pelo corpo conhecida como fosfodiesterase-5 (PDE5). Ela é responsável por regular a dilatação dos vasos sanguíneos e pode estar associada a alguns problemas genitais masculinos, como a disfunção erétil e a hiperplasia prostática benigna (HPB).
Essa substância costuma ser indicada para tratar homens que apresentam quadros de:
- Impotência sexual (incapacidade de obter ou manter uma ereção);
- Hesitação para urinar;
- Gotejamento;
- Jato fraco;
- Esvaziamento incompleto da bexiga;
- Micção dolorosa;
- Urgência urinária.
No entanto, segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), a procura pelo remédio tem aumentado nos últimos anos, sobretudo entre pessoas jovens e sem indicação para usar o medicamento.
A maioria desses indivíduos toma doses da “tadala” (como tem sido chamada na internet) de forma recreativa, para fins que ultrapassam aqueles previstos em bula, incentivados pelas redes sociais.
Alguns usam o medicamento como um “pré-treino”, para supostamente potencializar os exercícios físicos na academia, enquanto outros acreditam que ele pode aumentar sua performance sexual.
Para ambos os casos citados, o CFF indica que há pouca ou nenhuma evidência científica. Sem indicação e a orientação de um médico, cresce o risco de reações adversas.
Um dos usos secundários da tadalafila, mas não menos importante, é no tratamento da hipertensão arterial pulmonar (HAP), condição rara e grave, em que a medicação ajuda a relaxar os vasos sanguíneos dos pulmões, o que reduz a pressão arterial.
Como usar a tadalafila
Classificada com tarja vermelha pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a tadalafila só pode ser comprada nas farmácias mediante a apresentação de uma receita assinada. Ela está disponível em formato de comprimido.
É responsabilidade do médico indicar a melhor forma de tratamento com o remédio, a depender do quadro de cada paciente. As doses também podem variar de pessoa para pessoa.
Recomenda-se, portanto, seguir à risca as ordens profissionais e, em caso de qualquer dúvida, entrar em contato com o profissional da saúde. Além disso, é interessante fazer a leitura da bula.
Efeitos colaterais
No geral, em indivíduos que seguem corretamente as instruções dadas pelo médico, os efeitos colaterais da tadalafila costumam ser moderados e tendem a passar com o tempo do tratamento.
Dentre os efeitos colaterais mais comuns estão:
- Dor de cabeça;
- Indigestão;
- Azia;
- Náusea;
- Diarreia;
- Rubor (sensação de calor, vermelhidão ou formigamento da pele);
- Dor no estômago, costas, músculos, braços ou pernas;
- Tosse.
Mais raramente, é possível que apareçam sintomas graves, que exigem atendimento médico imediato. Esses incluem:
- Diminuição repentina ou perda de visão;
- Visão turva;
- Alteração na distinção de cores;
- Diminuição repentina ou perda de audição;
- Zumbido;
- Ereção prolongada (que dura mais de 4 horas);
- Tontura;
- Dor no peito;
- Urticária;
- Irritação na pele;
- Dificuldade para respirar ou engolir;
- Inchaço de rosto, garganta, língua, lábios, olhos, mãos, pés, tornozelos ou pernas;
- Formação de bolhas na pele;
- Descamação.
Contraindicações
Informe seu médico antes de iniciar o tratamento com o medicamento caso você:
- Seja alérgico à tadalafila ou a qualquer um de seus componentes;
- Já esteja em tratamento com medicamentos bloqueadores alfa (alfuzosina, doxazosina, dutasterida, prazosina, silodosina, tansulosina e terazosina), certos antifúngicos (fluconazol, griseofulvina, itraconazol, cetoconazol e voriconazol), inibidores da protease do HIV (indinavir, nelfinavir e ritonavir) ou outros remédios para disfunção erétil (sildenafil, vardenafil, avanafil e alprostadil);
- Use produtos fitoterápicos, como erva-de-são-joão;
- Faça uso de drogas recreativas com nitratos (popularmente conhecidos como “poppers”);
- Esteja em diálise;
- Tenha sido diagnosticado com problema de ritmo cardíaco, ataque cardíaco, derrame, angina, pressão alta ou baixa, doença veno-oclusiva pulmonar, doença hepática ou renal, retinite pigmentosa, distúrbio hemorrágico, anemia falciforme, mieloma múltiplo, leucemia, deformidade física do pênis (como a doença de Peyronie) ou úlcera estomacal.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.