TDAH: conheça os métodos de diagnóstico e tratamento do transtorno

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O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, mais conhecido pela sigla TDAH, é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta cerca de 5% a 8% da população mundial, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Como o próprio nome sugere, sua principal característica é a disfunção comportamental associada a desatenção, inquietude e impulsividade. 

O grau do TDAH é subjetivo e está relacionado ao impacto em cada pessoa. Por isso, não há como classificá-lo em níveis, como leve, moderado ou grave, por exemplo. Enquanto alguns indivíduos podem ser mais desatentos, outros podem ser mais hiperativos ou impulsivos. Em certos casos, todos esses sintomas podem ser percebidos.

A interação com outras comorbidades não tratadas também pode fazer com que o TDAH se manifeste de formas diferentes, o que é muito comum. Estima-se que 70% das pessoas com a condição convivam com duas ou mais desordens psicológicas. Episódios de ansiedade e depressão, por exemplo, são mais recorrentes entre esses indivíduos, e os médicos os identificam como sintomas internalizantes. Há também os sintomas externalizantes, como comportamentos de agressão e desafio. 

Vídeo: Tipos de TDAH: do diagnóstico ao tratamento

Diagnóstico

Não é possível diagnosticar o TDAH por meio de exames. O transtorno é identificado clinicamente por especialistas, que avaliam o paciente com base em seus sintomas, histórico e comportamentos apresentados durante as consultas.

Esse processo não é simples nem rápido. Normalmente, exige uma série de atendimentos realizados em diferentes ambientes para verificar as reações da pessoa. Aos poucos, o profissional constrói o diagnóstico do TDAH, assim como o de outras possíveis comorbidades.

Tratamento

O tratamento recomendado para o TDAH pode ser medicamentoso ou não. Se o transtorno não comprometer a vida social do indivíduo, são indicadas orientações de comportamento e psicoeducação. Em quadros mais severos, os médicos podem encaminhar o paciente para a terapia cognitivo-comportamental, que é particularmente benéfica para jovens a partir dos 12 anos. 

No caso de crianças e adolescentes, também é indicado que seus responsáveis participem de sessões de orientação para aprenderem a lidar com eventuais situações de conflito. É importante entender que certos comportamentos provocados pelo TDAH não são intencionais e que respostas reativas a eles podem criar um ciclo vicioso que prejudica o tratamento desses jovens.


Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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