Tomar dimenidrinato dá sono? Entenda a ação do medicamento

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O dimenidrinato é um dos anti-histamínicos mais conhecidos no combate às náuseas, vômitos e enjoos. Ele atua bloqueando receptores de histamina (H1) e possui também efeito anticolinérgico no ouvido interno e no sistema nervoso central, o que reduz os sinais que desencadeiam vertigem e mal-estar. Esse efeito está associado à sonolência, um efeito colateral comum devido à sua ação depressora no sistema nervoso central.

Por conta do seu mecanismo de ação, ele pode ser prescrito para prevenir e tratar uma série de questões. Isso inclui, por exemplo, o enjoo matinal da gravidez, a cinetose (desconforto causado pelo movimento), o enjoo relacionado à radioterapia ou cirurgias e os transtornos do sistema vestibular.

Esse remédio pode ser encontrado em formato de comprimido comum ou mastigável, gotas e para administração endovenosa. Por ser classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha, ele só pode ser vendido nas farmácias mediante a apresentação de uma receita médica.

Recomenda-se ingerir a primeira dose do produto entre 30 minutos e uma hora antes de iniciar a viagem. A dose e a posologia variam com a idade e a avaliação do médico prescritor, por isso, é fundamental respeitar as instruções dadas. 

Vale sempre fazer a leitura completa da bula presente na caixinha do medicamento. Tomar doses acima do indicado pode interferir na eficácia do tratamento e prejudicar a saúde do paciente, aumentando o risco de efeitos colaterais.

Reclamações de sono

Entre os efeitos adversos mais relatados, a sonolência aparece como sendo a mais comum. Isso acontece porque o dimenidrinato, assim como outros anti-histamínicos, tem uma atuação no sistema nervoso central.

Por essa razão, quem faz uso do medicamento deve evitar dirigir, operar máquinas ou realizar atividades que exigem atenção plena até saber como o corpo reage ao tratamento. O consumo de bebidas alcoólicas potencializa esse efeito, aumentando o risco de acidentes. Por isso, nunca misture álcool com essa classe medicamentosa.

Em algumas pessoas, sobretudo entre as crianças, a sonolência pode não ser um efeito adverso. Inclusive, há relatos de pessoas que sentem reações opostas – de excitação e hiperatividade.

Outros efeitos adversos do uso incluem:

  • Dor de cabeça;
  • Visão turva;
  • Zumbido no ouvido;
  • Boca e garganta secas;
  • Tontura;
  • Dificuldade de coordenação motora.

Há casos de efeitos colaterais mais graves, como:

  • Palpitações;
  • Dificuldade para urinar;
  • Alterações visuais;
  • Reações alérgicas.

Em caso desses sintomas graves, é fundamental interromper imediatamente o uso do medicamento e procurar atendimento médico.

Precauções com o medicamento

O dimenidrinato deve ser usado com cautela por pessoas com histórico de asma, bronquite crônica, enfisema, glaucoma, hipertrofia da próstata ou convulsões. Gestantes, lactantes e idosos também precisam de avaliação médica antes do uso.

Por fim, os comprimidos mastigáveis contêm aspartame, o que exige atenção especial de pacientes com fenilcetonúria (PKU), uma doença metabólica rara em que o acúmulo de fenilalanina pode prejudicar a produção de neurotransmissores.

João Roberto Resende FernandesEspecialista em Clínica Médica, médico do pronto-atendimento e do corpo clínico do Einstein Hospital IsraelitaCRM-SP 203006/RQE 91325
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