O cloridrato de tramadol é um remédio pertencente à classe dos analgésicos opioides, que atua no sistema nervoso central de forma a aliviar dores físicas de intensidade moderada ou grave. Ele costuma ser indicado para tratar sintomas pós-operatórios, ferimentos graves e casos de dor crônica refratários a outras medicações.
Nas farmácias, o produto pode ser encontrado isolado ou ainda associado ao paracetamol, em uma formulação que, além da ação analgésica, também é antipirética (combate à febre). Como indica um relatório do Ministério da Saúde, trata-se de uma alternativa mais potente à codeína.
Como usar o tramadol
Uma vez que age diretamente no cérebro e pode levar à manifestação de efeitos colaterais graves, o tramadol é classificado com tarja vermelha e exige a entrega de um pedido médico assinado para venda. Essa medida foi prevista pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a fim de manter um melhor controle de sua circulação.
O medicamento está disponível nos formatos de cápsula, comprimido de liberação imediata, comprimido de liberação prolongada e solução líquida. A recomendação de cada um deles pode variar de acordo com o quadro do paciente.
A forma de uso do produto deve seguir as instruções dadas pela equipe médica. Vale lembrar que se automedicar nunca é indicado, e que a prática aumenta o risco de efeitos colaterais e de prejuízos à eficácia do tratamento.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns do tramadol incluem:
- Sonolência;
- Dor de cabeça;
- Mudança de humor;
- Azia;
- Indigestão;
- Boca seca;
- Constipação intestinal.
Em casos mais raros, principalmente quando utilizado fora das recomendações médicas, o remédio pode levar a sintomas mais severos, como:
- Urticária;
- Irritação cutânea;
- Surgimento de bolhas na pele;
- Rouquidão;
- Dificuldade para engolir ou respirar;
- Dor no peito;
- Inchaço;
- Agitação;
- Alucinações;
- Febre alta;
- Sudorese;
- Confusão mental;
- Batimento cardíaco acelerado;
- Tremor incontrolável;
- Rigidez muscular;
- Espasmos;
- Diarreia;
- Náusea;
- Vômito;
- Perda de apetite;
- Fadiga;
- Fraqueza;
- Fome anormal;
- Perda de consciência;
- Convulsões.
Nos quadros mais graves, ainda é possível que o indivíduo desenvolva dependência química da substância. Com isso, fica mais propenso a episódios de overdoses, que podem levar à morte.
Contraindicações
O tramadol é contraindicado a pessoas alérgicas a qualquer um de seus ingredientes, bem como a outros analgésicos opiáceos. Ele também deve ser evitado por quem já está em tratamento com alguns antidepressivos; certos antibióticos, como a linezolida; e antiparkinsonianos.
Esse produto pode ser perigoso para indivíduos com certos históricos clínicos em razão de seus efeitos colaterais. Por isso, antes de iniciar o tratamento, informe seu médico caso você já tenha sido diagnosticado com:
- Bloqueio ou estreitamento do estômago;
- Íleo paralítico (condição na qual o alimento digerido não passa pelos intestinos);
- Convulsões;
- Infecção no cérebro ou na coluna;
- Dificuldade para urinar;
- Baixo nível de sódio no sangue;
- Ideação de automutilização ou suicídio;
- Diabetes;
- Problemas na vesícula biliar ou na tireoide;
- Doença renal ou hepática.
Gestantes e lactantes podem tomar tramadol?
O uso na gravidez não é indicado, já que pode causar sintomas de abstinência com risco de vida ao feto. Quem amamenta também deve ter cuidado, pois o tratamento com a substância pode causar efeitos colaterais no bebê.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.