Tumores cerebrais são massas de tecidos formados a partir de um crescimento anormal de células no cérebro, mais precisamente na região do crânio ou da cavidade intracraniana. Suas causas estão ligadas a mutações genéticas, que podem ter origem hereditária, ou ainda serem adquiridas ao longo da vida, por conta do estilo de vida ou exposições ambientais.
De forma a esclarecer informações a respeito dessa condição, confira as respostas das principais dúvidas sobre o tema.
Vídeo: O que causa um tumor no cérebro?
1. Tumor e câncer são a mesma coisa?
Nem todo tumor é câncer. As neoplasias formadas a partir do crescimento descontrolado das células podem ser divididas em dois tipos: benignas e malignas. A nomenclatura “câncer” se refere aos tumores malignos, geralmente associados a prejuízos ao funcionamento do órgão e à saúde do paciente.
2. Quais os sintomas de um tumor cerebral?
Os tumores cerebrais podem se manifestar por meio de quadros clínicos muito variados, que dependem do local onde a neoplasia se forma dentro do sistema nervoso central. Se as células crescerem na área do cérebro responsável pelas atividades motoras, o indivíduo pode passar a apresentar problemas para se locomover; se for na parte da linguagem, a dificuldade pode ser para se comunicar..
Além disso, tumores cerebrais podem estar associados a convulsões focais, como “curto-circuitos” do sistema nervoso central. Nesse processo, é possível que uma determinada função acabe se manifestando de maneira crítica, em episódios exagerados e transitórios, que também variam de acordo com o local atingido. No caso, por exemplo, de uma neoplasia que afeta a mobilidade, o paciente pode experienciar movimentos involuntários.
Outros sintomas mais sutis incluem desequilíbrio, tontura e mudanças de comportamento e humor. Esses podem ser notados principalmente entre as pessoas mais velhas.
3. Como é feito o diagnóstico?
Logo que o médico identifica a natureza neurológica dos sintomas relatados pelo paciente, durante a anamnese e o exame físico, ele solicita a realização de um exame de imagem, como a ressonância magnética. Essa avaliação de imagem do sistema nervoso central permite identificar de maneira detalhada todas as possíveis alterações estruturais no cérebro.
A depender de fatores como a apresentação clínica, os achados de imagem, a suspeita diagnóstica e a possibilidade de remoção segura, pode ser indicada uma biópsia. A retirada de uma amostra desse tecido permite aos especialistas identificar a sua natureza como uma neoplasia benigna ou maligna, seu estágio de desenvolvimento e sua origem — se foram formadas naquele tecido ou se são metástases migradas de outro órgão.
4. É possível viver com um tumor cerebral?
Pessoas com tumores benignos ou até mesmo alguns malignos de baixo grau (também conhecidos como “gliomas”), em que a retirada da neoplasia não é recomendada, podem viver durante anos com a condição. Com acompanhamento médico regular, o tratamento pode controlar a manifestação dos sintomas e permitir uma rotina relativamente normal ao paciente, assim como acontece com pessoas que convivem com doenças crônicas.
5. Como é o tratamento?
O tratamento depende do tipo de tumor, seu grau e localidade, bem como a vontade do próprio paciente. Algumas abordagens possíveis são a quimioterapia e a radioterapia, além do uso de medicamentos controlados.
Em alguns casos, a cirurgia de craniotomia também pode ser sugerida. Este procedimento tem como finalidade a remoção do máximo de extensão possível do tumor, sem comprometer as funções neurológicas do paciente.
6. É possível prevenir os tumores?
Como a formação dos tumores tem origem genética, é impossível controlar a ocorrência deles. No entanto, as pessoas podem se proteger ao evitar fatores de risco como exposição à radiação, alcoolismo e tabagismo. Manter uma alimentação saudável e a prática de atividade física regular, além do controle do peso, também podem contribuir para a sua prevenção.
No mais, uma rotina de check-ups anuais e ir ao médico logo que os primeiros sintomas surgem são medidas essenciais para o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo isso acontecer, melhores são as chances de sucesso no tratamento.
Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.