7 mitos sobre câncer de próstata

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O câncer de próstata é uma doença que, apesar de acometer muitos homens no Brasil, ainda é rodeada de mitos e tabus que dificultam seu diagnóstico precoce. Para que você possa entender mais sobre o tema e como identificar sinais de alerta, separamos uma lista com os sete principais mitos sobre o câncer de próstata.

Mito 1: Só homens mais velhos têm câncer de próstata

Segundo o guia produzido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), de cada dez homens diagnosticados com neoplasia maligna da próstata, nove têm mais de 55 anos. No entanto, a doença também pode acometer homens na faixa dos 40 anos. Histórico familiar com parentes que desenvolveram o tumor antes dos 60 anos, sobrepeso e obesidade são fatores de risco, assim como consumo de álcool e tabagismo. Fumantes inveterados, por exemplo, podem ter risco dobrado de desenvolver a doença, além de estarem mais propensos a morrer devido ao câncer. Por outro lado, para aqueles que deixaram de fumar há mais de uma década, o risco é igual ao de pacientes que nunca fumaram. Os dados são da Urology Care Foundation, entidade apoiada pela American Urology Association.

Mito 2: O aumento da próstata é sempre sinal de câncer

Nem sempre. Com a idade, a próstata, que é mais ou menos do tamanho de uma ameixa, geralmente fica maior, o que nem sempre indica a presença de um tumor maligno. Nesses casos, o diagnóstico é de hiperplasia prostática, condição benigna que ocorre naturalmente com a idade e que afeta mais da metade dos homens com mais de 50 anos.

Mito 3: Se o homem não sente o tumor, significa que não tem câncer de próstata

Os tumores de próstata geralmente não provocam dor nem desconforto e os sintomas variam muito e acabam causando certa confusão, já que podem estar relacionados a outros problemas de saúde. De qualquer forma, deve-se procurar um médico nos seguintes casos:

  • Sensação de não ter esvaziado a bexiga, após urinar;
  • Dificuldade de começar a urinar;
  • Dificuldade de interromper o ato de urinar;
  • Vontade urgente de fazer xixi — muitas vezes, a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo;
  • Dificuldade de manter a ereção;
  • Dor ao ejacular;
  • Dor nos testículos;
  • Sensação de dor na pélvis (abaixo dos testículos) ou na parte baixa das costas;
  • Sangramento pela uretra.

Mito 4: A cirurgia é a única alternativa de cura para tratar o câncer de próstata

Ela pode ser uma das opções de tratamento, mas isso depende de avaliação médica, que leva em conta o estágio do tumor e a presença ou não de metástase. Ao fazer a proposta terapêutica, o médico pode adotar as seguintes condutas (associadas ou não):

  • Acompanhamento do tumor para verificar se ele está progredindo, um processo que os médicos chamam de vigilância ativa;
  • Terapia focal com HIFU, que provoca um aumento de temperatura na região do tumor e destrói células cancerosas sem provocar danos nas regiões adjacentes;
  • Prostatectomia radical, cirurgia que consiste na retirada da próstata e das vesículas seminais. Essa alternativa vale para os casos mais avançados e atualmente é feita por laparoscopia ou por via robótica. Além de reduzir o tempo de recuperação do paciente, a cirurgia guiada por robô tem uma taxa mais baixa de complicações como incontinência urinária e impotência; 
  • Radioterapia;
  • Quimioterapia;
  • Hormonioterapia.

Mito 5: O exame de PSA não é necessário

Esse exame mede a quantidade de Antígeno Prostático Específico (PSA, na sigla em inglês). Níveis altos dessa proteína podem indicar não só câncer, mas também doenças benignas da próstata. Ao lado do toque retal, em que o médico avalia clinicamente tamanho, formato e textura da glândula, e da biópsia, que é indicada quando há suspeita de tumor, a dosagem de PSA é importante para detectar a neoplasia maligna da próstata. 

Mito 6: O tratamento para o câncer de próstata deve começar o quanto antes

Nem sempre. Em alguns casos, médico e paciente decidem não tratar a neoplasia maligna da próstata, decisão que geralmente se apoia nos seguintes motivos:

  • O tumor está em estágio inicial e tem crescimento lento
  • O paciente está em idade avançada ou tem outras doenças e o tratamento não vai prolongar sua vida.


Nessas situações, a regra é acompanhar a evolução do tumor: vigilância ativa. Caso ele comece a crescer, pode ser o caso de dar início ao tratamento. 

Mito 7: Câncer de próstata sempre tem cura

Casos diagnosticados precocemente em que o tumor atingiu apenas a próstata têm grandes chances de cura. Por outro lado, tumores muito grandes que ocupam não só toda a próstata, mas atingem as regiões adjacentes, têm tratamento mais difícil e nem sempre têm cura efetiva.

Confira a série Entendendo o Câncer para ler todos textos que produzimos a respeito das formas mais comuns da doença, aprenda sobre o tema e saiba o que é verdade ou mentira quando se fala sobre esse assunto tão importante.

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