A apendicite é a inflamação do apêndice cecal, uma pequena bolsa em forma de dedo ligada ao intestino grosso. É uma ocorrência comum, principalmente entre adolescentes e jovens. É uma das indicações mais comuns de cirurgia de emergência.
- Como diagnosticar e tratar um caso de apendicite aguda
- Apendicite é perigoso? Quais são os sintomas? Entenda neste conteúdo
Registros do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva indicam que a evolução da apendicite pode ocorrer dentro de um intervalo de 72 horas, ao final do qual o problema alcança um estágio avançado e a infecção se torna mais grave, podendo causar a perfuração do apêndice inflamado ou o bloqueio do funcionamento do intestino. São dois quadros graves que devem ser evitados.
O que causa a apendicite aguda?
Na maioria dos casos, a apendicite é provocada pela obstrução do apêndice com partículas de fezes ou gordura. Ela também pode ser originada por infecções no trato digestivo que causam inchaço dos nódulos linfáticos que formam o apêndice. É sempre a obstrução do apêndice que provoca a inflamação.
Quais os sintomas da apendicite aguda?
Os sintomas mais citados por pacientes com apendicite aguda são:
1. Dor localizada
O sintoma mais importante da apendicite aguda é a dor no lado inferior direito do abdome. É uma dor descrita como contínua e localizada, que vai aumentando de intensidade. Nas primeiras horas, é fraca e vaga e pode ser descrita como mal-estar.
Com o passar do tempo, se transforma em agulhadas, pontadas ou formigamento. Também pode se tornar mais difusa, subindo para a parte alta do estômago ou irradiando até o umbigo.
A dor na apendicite aguda configura um quadro de abdome agudo. Como várias patologias provocam esse quadro, outros sintomas devem ser observados para chegar ao diagnóstico.
2. Náuseas, vômitos e perda de apetite
Os vômitos são inicialmente provocados pela dor. Depois, se tornam parte do quadro da doença. Da mesma forma, a náusea faz parte do quadro de desconforto gerado pela dor na apendicite aguda. Já a falta de apetite (anorexia) é mais comum em crianças.
3. Barriga distendida
A pessoa que enfrenta um quadro de apendicite pode sentir que sua barriga está aumentada, como se estivesse inflada de ar.
4. Flatulência, indigestão, diarreia ou constipação
Alterações do hábito intestinal podem ocorrer em quadros de apendicite aguda e se apresentam em combinações diferentes em cada paciente. Dessa forma, a constipação intestinal ou a diarreia podem estar presentes.
5. Febre
A febre aparece geralmente no segundo ou terceiro dia após o início da dor. Segundo a literatura médica, não costuma ser muito alta. Assim como a prostração, a febre é um indicativo de que a pessoa enfrenta um processo infeccioso agudo.
Como é feito o diagnóstico da apendicite aguda?
Para fazer o diagnóstico, o médico se baseia no relato de sintomas trazido pelo paciente e no seu histórico, além do exame físico em que é feita a palpação do abdome. Como a dor abdominal também pode ser um sintoma de outras doenças, alguns exames podem ser solicitados, como ultrassom e tomografia.
Diagnóstico a partir do quadro abdominal
Quando há suspeita de apendicite aguda, a observação do paciente pelo médico fornece dados importantes para o diagnóstico. Durante a crise, o doente tende a se colocar em atitude de defesa, com perna e coxa direitas aproximadas do tronco, encolhendo-se sobre si mesmo. Também apresenta a diminuição da mobilidade abdominal respiratória, ou seja, não respira profundamente, como se tentasse evitar movimentos no abdome.
Como é o tratamento da apendicite aguda?
Confirmado o diagnóstico de apendicite aguda, é indicado o tratamento cirúrgico. A apendicectomia é a retirada do apêndice e pode ser realizada de três maneiras: através da técnica aberta (convencional), por videolaparoscopia ou robótica. A videolaparoscopia é a opção mais utilizada por ser menos invasiva e gerar uma recuperação mais rápida.
Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, Especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Iraelita Albert Einstein.