O reto é a porção final do intestino grosso que faz a comunicação do cólon (outra parte do órgão, além do ceco) com o exterior. O prolapso retal é a situação em que, por alguma razão, parte do reto ou todo ele se projeta para fora do ânus. Embora cause bastante desconforto, o problema raramente é uma emergência médica.
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Músculos fracos favorecem o problema
Há várias causas para o problema. Uma delas é a obstipação crônica, que está presente em 30% a 70% dos casos e leva a pessoa a fazer muita força na hora de evacuar, o que força a musculatura da região abdominal; o mesmo raciocínio se aplica a certos tipos de exercícios físicos que sobrecarregam os músculos do abdômen.
Outros fatores que podem causar prolapso retal: perda acentuada de peso; falta de tônus na musculatura abdominal e anal; malformações intestinais e infecção por Trichuris trichiura, parasita do intestino grosso.
Mulheres estão mais sujeitas
O prolapso retal afeta principalmente a população adulta. Mulheres após os 50 anos têm mais predisposição — e, quando comparadas aos homens, as mais velhas correm seis vezes mais risco de desenvolver o problema. Embora seja raro, bebês e crianças também podem sofrer prolapso retal.
Diferente de hemorroida
Prolapso retal e hemorroida têm pontos em comum apenas nos sintomas: sangramento anal e/ou a presença de uma protuberância fora do ânus. No mais, são diferentes. O prolapso envolve um segmento do intestino grosso que normalmente fica dentro do corpo; já as hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam.
Sintomas que vão de dor abdominal a sangramento pelo ânus
Algumas pessoas com prolapso retal parcial não percebem que têm o problema. Mas há casos em que os sintomas são intensos. Aqui, alguns deles:
- dor abdominal;
- incômodo na região anal com a sensação de que há algo no local. Às vezes, é possível sentir ou até ver uma “massa” avermelhada saindo do ânus;
- ardência e, às vezes, sangramento anal;
- dificuldade para evacuar e, ao fazer isso, sentir que a evacuação foi incompleta.
Para cada paciente, um tipo de tratamento
A conduta terapêutica é escolhida de acordo com a idade do paciente e o grau do prolapso. Em crianças e bebês, geralmente não é necessário nenhum procedimento cirúrgico. O médico geralmente prescreve medicamentos para facilitar a evacuação e pode fazer a reintrodução manual do reto do paciente durante a consulta, ou, então, orientar a mãe sobre algumas manobras simples que ajudam a reverter o quadro.
O tratamento dos adultos passa por melhorar a obstipação intestinal. A decisão de realizar uma cirurgia é baseada na idade do paciente, em seu estado geral de saúde e no grau do prolapso. As opções cirúrgicas incluem extrair parte do reto ou reposicioná-lo dentro do corpo, fazendo uma “ancoragem” a fim de evitar recidivas.
Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, Especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.