Vaginismo é uma disfunção sexual que causa dor na mulher quando ocorre a penetração vaginal, seja durante a relação sexual, durante um exame físico realizado por ginecologista ou mesmo nas tentativas com os dedos ou brinquedos eróticos.
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O quadro é caracterizado pela contração involuntária da musculatura do assoalho pélvico, acompanhada de medo e ansiedade. O local exato onde a mulher sente o desconforto pode indicar se há alguma condição física envolvida no vaginismo, como infecção no trato urinário, lubrificação vaginal inadequada ou prolapso.
A intensidade do vaginismo pode variar de ligeira, tolerando algum tipo de penetração, a grave, impossibilitando qualquer penetração. Em todos os casos, a dor e o desconforto frustram e constrangem a mulher, reduzindo significativamente sua qualidade de vida.
O vaginismo é um distúrbio raro?
Não. Segundo publicação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o vaginismo é uma disfunção que tem alta prevalência em mulheres. Frequentemente, ele aparece associado a outras disfunções sexuais, como transtornos de desejo sexual e de excitação sexual.
O que provoca o surgimento do vaginismo?
A origem da dor durante a penetração pode estar em fatores psíquicos e em fatores fisiológicos.
Os fatores psíquicos geralmente estão ligados à educação sexual constrangedora, punitiva, religiosa e a vivências sexuais traumáticas. Nesses casos, a mulher pode sentir uma ansiedade fóbica antes da penetração vaginal, o que leva ao vaginismo.
Há também as causas físicas, como anormalidades do hímen, anormalidades congênitas, atrofia vaginal, endometriose, infecções, lesões na vagina, tumores, doenças sexualmente transmissíveis e congestão pélvica.
O vaginismo só ocorre em mulheres que estão iniciando a vida sexual?
Não. Quando a mulher é incapaz de manter relações sexuais com penetração devido às contrações involuntárias da vagina desde a primeira tentativa na vida, fala-se em vaginismo primário. Mas, o problema pode ocorrer também com mulheres que já tiveram relações sexuais com penetração anteriormente. Nesse caso, ele é chamado de vaginismo secundário.
Vaginismo tem cura?
Sim, as chances de sucesso no tratamento são altas, especialmente quando se utiliza uma abordagem interdisciplinar, que pode envolver ginecologista, psicólogo, psiquiatra (se indicado) e fisioterapeuta especializados em assoalho pélvico. Cada profissional conta com recursos de sua especialidade para eliminar o vaginismo, o que inclui medicamentos, psicoterapia e técnicas de fisioterapia.
Segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, o índice de satisfação das pacientes submetidas a esses tratamentos também é muito elevado, tanto no Brasil como no exterior.
Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, Especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.