O grande número de casos de miopia no mundo, aliado ao envelhecimento da população, deve aumentar os registros de glaucoma nos próximos anos. Principal causa de perda irreversível da visão, a doença atinge 4% das pessoas acima dos 40 anos e pode chegar a 20% acima dos 70 anos, o que representa cerca de 2 milhões de brasileiros.
Há algum tempo, estudos vêm demonstrando aumento da incidência de miopia, provavelmente relacionado ao estilo de vida moderno com menos exposição à luz natural. A pandemia de Covid-19 também acentuou essa tendência provavelmente por conta do uso excessivo de telas. Estima-se que, em 2050, metade da população mundial terá miopia e 10% serão casos graves.
Risco de glaucoma
A longo prazo, a miopia (principalmente a alta) pode levar ao glaucoma porque o olho míope tem estruturas internas mais frágeis, o que pode deixar o nervo óptico mais sensível à pressão intraocular.
Estudos apontam que num período de dez anos o glaucoma é sete vezes mais incidente em olhos com alta miopia em relação a quem tem visão normal. Embora o tipo mais comum (glaucoma primário de ângulo aberto) esteja associado à alta pressão intraocular, a doença também pode se manifestar mesmo com a pressão normal.
Doença silenciosa
No início, o glaucoma não apresenta sintomas e progride muito lentamente. A pessoa vai perdendo primeiro a visão periférica e o cérebro vai se adaptando. Muitos só se dão conta quando a perda chega à parte central da visão.
Tem cura?
Ainda não há cura, mas há tratamentos adequados para cada estágio, que incluem uso de colírios, laser e até cirurgia.
Prevenção
A melhor maneira de prevenir é fazer um exame oftalmológico anual a partir dos 40 anos. Se houver alguma queixa ou histórico familiar, o check-up de rotina deve começar antes.