Levotiroxina sódica: para que serve e os efeitos colaterais do medicamento

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A levotiroxina sódica é um medicamento hormonal que é recomendado nos tratamentos do hipotireoidismo e da supressão do TSH hipofisário. Em ambos os casos, os indivíduos tendem a apresentar um déficit em seus níveis normais de tiroxina (T4), um hormônio produzido naturalmente pela glândula tireoide.

Essa terapia de reposição ou suplementação serve para equilibrar o T4, responsável por controlar o gasto energético do corpo e o seu funcionamento. 

Índices anormais desse hormônio costumam estar associados a sintomas como:

  • Fala lenta;
  • Cansaço excessivo;
  • Constipação;
  • Ganho de peso;
  • Queda de cabelo;
  • Pele seca e espessa;
  • Aumento da sensibilidade ao frio;
  • Dores articulares e musculares;
  • Períodos menstruais intensos ou irregulares; 
  • Depressão

O remédio também é indicado para certos tipos de câncer na tireoide, em casos que a glândula tireoide foi removida e em episódios de coma mixedematoso. O coma mixedematoso é uma forma grave e potencialmente fatal do hipotireoidismo, caracterizada por declínio progressivo da consciência, pouca glicose no sangue, pressão arterial baixa e oxigenação insuficiente.

Como usar a levotiroxina sódica

Classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha, a levotiroxina sódica só pode ser adquirida nas farmácias brasileiras mediante a apresentação de uma receita médica. 

Ela é comercializada na versão de comprimido ou cápsulas. Seu uso deve ser feito diariamente, em jejum, seguindo as ordens dadas pelo médico responsável e as instruções apresentadas na bula do produto. 

Especificamente para tratar o coma mixedematoso, é possível que o medicamento seja administrado via injeção intravenosa. 

Efeitos colaterais

Geralmente, os efeitos colaterais mais comuns da levotiroxina são leves a moderados, e tendem a melhorar com o tempo. Eles incluem:

  • Febre;
  • Ondas de calor;
  • Aumento da sudorese;
  • Cansaço;
  • Erupção cutânea;
  • Perda de cabelo;
  • Dor de cabeça;
  • Cãibras nas pernas;
  • Dor ou fraqueza muscular;
  • Tremores;
  • Sensação de nervosismo ou irritação;
  • Insônia;
  • Aumento do apetite;
  • Perda ou ganho de peso;
  • Alterações nos períodos menstruais.

Mais raramente, é possível que o usuário apresente sintomas graves. Alguns exemplos são:

  • Dificuldade para mover o quadril, o pulso ou as costas;
  • Batimentos cardíacos rápidos ou irregulares;
  • Dor no peito, que se espalha para o maxilar ou os ombros;
  • Chiado;
  • Inchaço da tireoide;
  • Dor nas articulações;
  • Sensação de mal-estar;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Diarreia;
  • Hiperglicemia (quadro de alto nível de açúcar no sangue, associado ao aumento da sede e da micção, boca seca e hálito com odor frutado).

Nesses casos, recomenda-se a interrupção do tratamento com o medicamento e a ida ao pronto-atendimento. Se necessário, acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192.

Contraindicações

A levotiroxina sódica é contraindicada a pessoas com alergia a qualquer um de seus componentes, em especial à glicerina ou ao edetato dissódico. O mesmo vale para indivíduos com histórico médico de distúrbios na glândula adrenal.

Algumas condições também podem exigir uma melhor avaliação antes de iniciar o uso deste medicamento. Por isso, antes de iniciar o tratamento com ele, informe ao seu médico se você foi diagnosticado com:

  • Nódulo tireoidiano;
  • Tireoidite (inflamação da glândula tireoide);
  • Problemas cardíacos (como ataque cardíaco, derrame, aterosclerose, etc.);
  • Coágulo sanguíneo ou distúrbio de coagulação sanguínea;
  • Diabetes;
  • Anemia (baixo número de glóbulos vermelhos);
  • Osteoporose ou baixa densidade mineral óssea;
  • Problemas nas glândula pituitária e adrenal;
  • Doença renal ou hepática.

Este medicamento também pode apresentar interações com outros fármacos, possivelmente diminuindo sua eficácia. Por isso, evite a levotiroxina sódica caso já esteja em tratamento com:

  • Carbonato de cálcio;
  • Sulfato ferroso;
  • Colestiramina;
  • Colesevelam;
  • Colestipol;
  • Sevelamer;
  • Poliestireno sulfonato de sódio;
  • Esomeprazol;
  • Lansoprazol;
  • Omeprazol; 
  • Simeticona; 
  • Trisalicilato de colina;
  • Salicilato de colina;
  • Diflunisal;
  • Salicilato de magnésio;
  • Salsalato;
  • Niacina;
  • Ibuprofeno;
  • Naproxeno.

Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

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