O tipo sanguíneo mais raro do mundo é o Rh nulo, também chamado de “sangue dourado”. Segundo um artigo publicado em 2018 no International Journal of Hematology-Oncology and Stem Cell Research, existem apenas 43 casos registrados na literatura científica.
O sangue é classificado de acordo com as proteínas (antígenos) presentes nos glóbulos vermelhos, células responsáveis por transportar oxigênio. O tipo A tem o antígeno A, o tipo B possui o antígeno B, o AB apresenta ambos e o tipo O, nenhum.
A classificação também considera o chamado fator Rhesus, mais conhecido como Rh ou antígeno D (RhD). Quando ele está presente, o sangue é classificado como Rh positivo (A+, por exemplo). Quando está ausente, trata-se do Rh negativo (O-, por exemplo).
No sangue Rh nulo, uma alteração genética faz com que não exista nenhuma das proteínas do sistema Rh nos glóbulos vermelhos
Riscos envolvidos
O sangue Rh nulo pode ser doado para qualquer pessoa. Porém, o contrário não é tão simples: indivíduos com esse tipo sanguíneo raríssimo têm maior risco de sofrer reações adversas em transfusões, já que podem produzir anticorpos contra os antígenos Rh presentes no sangue comum. Por isso, só podem receber sangue de pessoas com a mesma condição.
De acordo com o Genetic and Rare Diseases Information Center, ligado ao governo dos Estados Unidos, os glóbulos vermelhos dessas pessoas tendem a apresentar coloração mais clara e maior fragilidade. Eles podem manifestar anemia leve e, em alguns casos, sintomas como icterícia, taquicardia e taquipneia.
Origem genética
A condição que causa o sangue Rh nulo é autossômica recessiva. Isso significa que, para desenvolvê-la, a criança precisa herdar duas cópias de um gene alterado — uma do pai e outra da mãe.
Se ambos os genitores carregarem a mutação, há 25% de chance de o bebê herdar as duas cópias e apresentar a condição. Existe ainda 50% de chance de herdar apenas uma cópia. Nesse caso, a criança será apenas portadora da alteração, mas não desenvolverá o sangue Rh nulo.
