A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que atinge milhões de brasileiros e representa um dos maiores fatores de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal e cardíaca. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 388 pessoas morrem por dia no país em decorrência desse problema.
Vídeo: Hipertensão arterial: como controlar a pressão alta
Em 2025, a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), passou a recomendar classificar como “pré-hipertensão” valores entre 120-139 mmHg por 80-89 mmHg. Segundo o documento, o objetivo é identificar precocemente indivíduos em risco e incentivar intervenções não medicamentosas para prevenir a pressão alta crônica.
Causas da hipertensão
A hipertensão tem origem genética e costuma ser herdada dos pais em até 90% dos casos. No entanto, alguns fatores comportamentais, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, estresse, sedentarismo, alto consumo de sal e colesterol elevado, contribuem para o aumento da pressão.
Em resumo: uma pessoa com predisposição genética que vive sob condições de excesso de peso, alimentação rica em sódio, sedentarismo e estresse terá risco significativamente maior de desenvolver hipertensão.
Sinais que podem indicar a hipertensão
A hipertensão arterial na maioria das vezes não apresenta sintomas, é uma doença silenciosa. Geralmente, manifestações aparecem quando a pressão está muito elevada. Por isso, o recomendado é aferi-la com frequência, principalmente pessoas que têm casos na família.
Em geral, pressão alta pode se manifestar com:
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Zumbido nos ouvidos;
- Fraqueza;
- Visão embaçada;
- Sangramento nasal.
Mas é importante enfatizar: esses sinais não são sensíveis nem específicos para hipertensão — muitos pacientes com pressão elevada não terão nenhum desses sintomas.
Como manter a pressão sob controle
Por mais que não exista uma “cura” propriamente dita para a hipertensão, ela pode ser controlada por meio do acompanhamento médico regular, uso correto de medicamentos e, principalmente, mudanças no estilo de vida.
As principais orientações incluem:
- Manter o peso adequado;
- Evitar produtos ultraprocessados, ricos em sódio;
- Reduzir o consumo de sal, preferindo temperos naturais;
- Não beber álcool e café em excesso;
- Beber bastante água, já que a desidratação pode aumentar a liberação de hormônios que elevam a pressão;
- Controlar o estresse e dormir bem, pois a ansiedade e a privação de sono favorecem o aumento da pressão;
- Parar de fumar;
- Prática regular de atividade física — recomenda-se ao menos 150 minutos por semana de intensidade moderada (como caminhada acelerada, natação, ciclismo);
- Controle de outras condições associadas — diabetes, dislipidemia, obesidade, apneia do sono etc.
Revisão técnica: Pâmela Cavalcante (CRM 153200/RQE 116412), professora da pós-graduação em Cardiologia no Einstein Hospital Israelita e assistente da seção de cardiometabolismo no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia