Apesar do nome “torcicolo muscular congênito” não ser tão amplamente conhecido, este é um ponto que merece bastante atenção dos pais de recém-nascidos. Saiba mais sobre o tema no artigo.
O que é o Torcicolo Muscular Congênito?
Essa é uma alteração onde a criança mantém a cabeça inclinada para um lado e tem dificuldade de virar para o lado oposto. Geralmente é descoberta entre 6 e 8 semanas de vida.
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Em alguns casos, pode-se observar ainda uma saliência ou massa no pescoço no lado em que a cabeça está inclinada. Ela é indolor e está ligada a um músculo chamado esternocleidomastoideo. A massa em geral regride gradualmente até o quarto ou sexto mês de vida.
Quais são os sintomas?
A cabeça da criança com torcicolo muscular congênito fica inclinada para um lado e o queixo aponta para o ombro oposto. O lado direito está envolvido em até 75% das vezes. O nódulo é encontrado no músculo e desaparece aos poucos, conforme citado acima. Não há limitação dos movimentos do pescoço, porém, um dos lados da face e da cabeça pode estar achatado fazendo com que a criança durma sempre de um mesmo lado.
Causas do torcicolo muscular congênito
Inicialmente, é importante sinalizar que os primeiros filhos são mais propensos a apresentar o torcicolo (e displasia do quadril). Isso se deve provavelmente à pressão intrauterina, uma vez que esse órgão atua como uma “embalagem” para o bebê e qualquer posição inadequada da cabeça pode causar danos ao músculo. A massa ou saliência, que não é um tumor, surge como uma resposta à lesão. Como essa pressão desaparece após o parto e a cabeça da criança tende para a posição normal, persistirá apenas a cicatriz no músculo, resultante da tensão exercida pelo posicionamento inadequado. O volume da massa muscular indicará o quão tensionado foi o músculo. Durante a gestação, não há método de prevenção conhecido.
Como é feito o diagnóstico?
Caso os pais percebam que seu filho tem a cabeça inclinada para um lado, devem procurar imediatamente o pediatra porque outras condições também podem causar o torcicolo. O exame clínico é a ferramenta mais importante para o diagnóstico e pode eventualmente ser complementado por radiografias e ultrassonografia.
Um dado importante sobre esse problema é que o torcicolo muscular congênito pode estar associado à displasia do quadril em até 10% a 20% dos casos. Por essa razão, os quadris dessas crianças devem ser cuidadosamente examinados e, em caso de suspeita, o exame por ultrassom dos quadris deverá ser solicitado pelo médico.
Qual é o tratamento para o caso?
O tratamento habitual consiste em exercícios de alongamento realizados girando a cabeça para os lados, de maneira que o queixo da criança seja levado a tocar cada um dos ombros, além de inclinar a cabeça para tocar as orelhas nos ombros, de forma alternada.
Outras opções que podem ajudar são: colocar brinquedos em posição onde a criança terá que virar a cabeça para vê-los, carregar a criança no colo em posição que ela terá que olhar para o lado envolvido do pescoço e colocar a criança na cama com o lado envolvido voltado para a parede, pois isso fará com que ela gire a cabeça para o outro lado.
Aproximadamente noventa por cento das crianças são tratadas com sucesso por meio de um programa de exercícios de alongamento. Em 10% das crianças poderá ser necessária uma cirurgia para corrigir o torcicolo. Essa cirurgia consta da secção da parte cicatrizada do músculo, sendo realizada sob anestesia geral, mas que pode ser feita de forma ambulatorial (com internação e alta no mesmo dia).
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