Afinal, o que é transplante de coração? Antes de partirmos para as explicações, é preciso contextualizar o assunto. O coração é um órgão muscular, responsável por bombear por todo o nosso corpo o sangue. Este, por sua vez, carrega nutrientes e oxigênio, sendo essencial para a sobrevivência.
Quando o coração não funciona muito bem, é possível investir em vários tratamentos, sendo o transplante a última alternativa para reverter doenças diversas. Ao longo do texto, discutiremos as indicações dessa cirurgia e explicaremos como ela é feita.
O que é transplante cardíaco?
O transplante cardíaco é uma cirurgia do coração realizada a partir da “troca” de órgãos entre o paciente e um doador. A família da pessoa doadora, que infelizmente perdeu a vida, doa o coração para que alguém possa recebê-lo.
Apesar de ser um assunto triste, é também uma grande prova de amor ao próximo. Afinal, o transplante muitas vezes é a única chance que as pessoas têm de recuperar a saúde. Na maioria esmagadora dos casos, tudo que podia ser feito já foi tentado e, infelizmente, o paciente não demonstrou melhora ou resposta aos tratamentos propostos.
Assim, a solução consiste em trocar o órgão que apresenta problemas. A indicação pode ser feita tanto para cardiopatias congênitas (ou seja, que já nasceram com a pessoa) quanto para doenças adquiridas ao longo da vida.
Para quem o transplante é recomendado?
As doenças do coração estão entre as principais causas de mortes no Brasil e no mundo. E não é para menos, já que elas estão associadas a nossos hábitos de vida, que estão cada vez menos saudáveis.
Há vários tratamentos para esse tipo de questão, incluindo a realização de operações para corrigir defeitos estruturais no órgão, mudanças de hábitos ou o uso de medicações variadas. No entanto, há momentos em que nada mais surte efeito, e o transplante é indicado.
A maior parte das recomendações está associada à insuficiência cardíaca, que acontece quando o coração não “dá mais conta” de bombear sangue para todo o corpo. Nesses casos, o paciente apresenta sintomas como falta de ar, mesmo em repouso, e cansaço extremo.
Vale a pena lembrar que muitos problemas do coração, como o sopro, não são solucionados com transplantes. Estes são apenas dedicados a casos bem complexos, que não respondem a todas as outras alternativas de tratamento.
Como é feito?
A primeira pergunta feita por muitas pessoas é: o transplante de coração é perigoso? A resposta é: toda cirurgia, seja ela simples ou não, pode ser perigosa para os pacientes. Aqui, estamos falando sobre um procedimento muito complexo e que é, sim, associado a eventuais cenários ruins.
Apesar disso, as técnicas estão muito desenvolvidas e se tornou cada vez mais raro ver qualquer tipo de desfecho negativo. Se você estiver vivenciando uma possibilidade de transplante, mantenha a positividade e escolha uma equipe experiente e qualificada, que siga as diretrizes do transplante cardíaco, para participar do seu tratamento.
Vamos agora conferir o passo a passo da realização do transplante de coração:
- avaliação e seleção do paciente;
- colocação do paciente a ser transplantado em uma lista de espera e compatibilidade;
- realização do procedimento cirúrgico, feito quando há um coração disponível. Aqui, o órgão é removido do paciente do doador e conectado ao corpo do receptor. Todos os vasos e tecidos são “ligados” para garantir que tudo esteja funcionando;
- recuperação no pós-operatório, quando o paciente é transferido para uma unidade de terapia intensiva (UTI) para monitoramento;
- reabilitação e acompanhamento, que geralmente duram muitos meses, até que o paciente seja liberado. Nesse meio tempo, sinais de rejeição e a adaptação do indivíduo ao novo órgão são pontos de atenção máximos.
Quanto tempo dura o transplante de coração?
Uma das curiosidades sobre transplante de coração é que a cirurgia em si tem duração média de 4 a 6 horas, podendo durar mais ou menos, de acordo com a complexidade da operação.
No entanto, todo o processo — da seleção do paciente à recuperação total — pode levar meses e até anos para acontecer. Tudo vai depender da disponibilidade de um órgão compatível com o da pessoa que o espera. Por isso, quanto mais pessoas forem doadoras, maiores as chances de a espera ser menor.
Como é o pós-operatório?
Outra pergunta que pode surgir é: há relação entre transplante de coração e tempo de vida? E a nossa sugestão é: não se preocupe com isso. Os resultados têm sido muito bons, e as chances são de que o transplantado tenha uma vida completamente normal e muito saudável depois do procedimento.
No pós-operatório, o foco está em garantir a saúde do coração. Não é hora de pensar em possíveis adversidades, e sim de agradecer à nova chance, recebida a partir da doação do órgão.
Confira mais detalhes sobre o que esperar após a cirurgia.
Tempo na UTI
Estamos falando de uma cirurgia altamente complexa, o que faz com que um tempo na UTI seja esperado. Na Unidade de Terapia Intensiva, o paciente é monitorado 24 horas por dia, com aferição constante dos sinais vitais e possibilidade de intervenção rápida, caso algo fora do esperado aconteça.
Exames regulares
Seja na internação ou depois dela, o paciente é submetido frequentemente a exames diversos, tanto de imagem quanto laboratoriais. O objetivo é acompanhar a evolução do novo órgão e ver se a adaptação está sendo adequada.
Reabilitação cardíaca
Essa etapa envolve exercícios monitorados, educação sobre cuidados pós-transplante, orientações sobre estilo de vida saudável e apoio emocional. Tudo isso é essencial para a recuperação do paciente e da qualidade de vida. Por isso, uma equipe multidisciplinar é muito importante nesse momento.
Agora você já sabe o que é transplante de coração, como funciona essa cirurgia e muito mais. Caso esteja passando por um processo de transplante, ou mesmo acompanhando de perto algum caso desse tipo, não deixe de conversar abertamente com a equipe responsável pela operação, tudo bem?
E, antes de ir, aproveite para conhecer o Programa Einstein de Transplantes! As informações podem ser acessadas em nossa página especial, onde apresentamos dados e esclarecimentos importantes sobre o tema. Não se esqueça de que você pode contar com a nossa equipe!
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).