Sopro no coração: saiba o que é, causas e tratamentos

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O diagnóstico de sopro no coração deixa qualquer pessoa preocupada, já que estamos falando de um problema que afeta um dos órgãos mais importantes do corpo humano. Caracterizado por uma alteração no fluxo sanguíneo, o sopro provoca um ruído quando o som do coração é auscultado, mas os seus sintomas podem variar de acordo com a faixa etária do paciente.

Após a confirmação do diagnóstico de sopro, uma das principais perguntas feitas ao médico é se o problema tem cura. Para ter essa resposta, é necessário entender quais são as causas dessa alteração.

Você ou alguém próximo tem sopro no coração? Neste post, nós vamos explicar o que é, as causas e a possibilidade de tratamento para esse quadro clínico. Confira!

O que é sopro no coração?

Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que o sopro não é uma doença, mas sim, uma condição. Nesse sentido, o sopro consiste em um ruído provocado pelo movimento do sangue entre as estruturas e vasos do coração. Esse barulho pode ser facilmente detectado pelo médico quando se utiliza um estetoscópio para checar os batimentos cardíacos — procedimento chamado de ausculta.

O sopro é dividido em duas categorias: o funcional ou inocente, e o patológico. O primeiro caso é mais recorrente entre crianças em adolescentes, o que se deve às características do funcionamento cardiovascular dos indivíduos nessa faixa etária.

Isso porque têm a parede do tórax mais fina do que um adulto, uma frequência cardíaca mais alta, e a angulação entre as artérias com formato diferente. Esses fatores ocasionam o sopro que, na maioria dos pacientes, não tem sintomas e acaba desaparecendo conforme a pessoa vai se desenvolvendo fisicamente.

Em se tratando do sopro do tipo patológico, a condição surge devido a alterações na estrutura cardíaca. É diagnosticado com mais frequência no público adulto com histórico de doenças que provocam lesões nas válvulas, como a febre reumática. Alguns dos sintomas manifestados são:

  • falta de ar;
  • cansaço;
  • tonturas;
  • taquicardia.
  • desmaios;
  • coloração azulada da pele das pontas dos dedos, da língua e dos lábios;
  • ganho de peso de forma repentina e sem explicação;
  • retenção de líquidos nos membros inferiores;
  • aumento das veias do pescoço.

Quais são as causas do sopro?

O sopro inocente pode ocorrer em crianças e adolescentes por conta da estrutura física do paciente. Porém, ele também pode ser resultado da prática de exercício físico intenso, fluxo circulatório hiperdinâmico ou febre.

Quanto ao sopro patológico, o desenvolvimento da condição pode ocorrer por conta da degeneração da válvula cardíaca, se o orifício de passagem se encontra em um tamanho reduzido ou se fecha com dificuldade, fazendo com que o sangue retorne por um furinho e cause o ruído. O problema também pode ser congênito, ou seja, quando a pessoa já nasce com sopro.

Como é feito o diagnóstico?

Receber o diagnóstico correto é fundamental para um tratamento bem-sucedido para pacientes com sopro no coração. Em relação ao sopro inocente, no qual não há sintomas, a condição só pode ser diagnosticada a partir do momento em que o médico ausculta o coração do paciente.

Uma vez que o profissional identifica o ruído nos batimentos cardíacos, a pessoa é encaminhada para a realização de exames específicos. Entre eles, está o ecocardiograma — que é uma ultrassonografia do coração, que captura imagens de suas condições de funcionamento e aponta eventuais anormalidades.

Na condição patológica, é importante que a pessoa fique atenta aos sintomas que o seu corpo manifesta. Porém, é importante ressaltar que os sinais do sopro são parecidos com outras doenças do coração, como insuficiência cardíaca. Portanto, somente uma consulta com um cardiologista e a realização de exames poderão confirmar o diagnóstico para sopro.

Como é feito o tratamento?

Por se tratar de uma condição normal, o sopro inocente não requer tratamento, já que ele desaparece naturalmente. No entanto, é recomendado fazer um acompanhamento com o cardiologista a cada seis ou 12 meses para checar se houve alguma alteração no quadro.

O tratamento do sopro patológico depende de cada caso. No geral, a condição é tratada com a introdução de medicamentos que promovem o controle da pressão arterial, facilitando o bombeamento do sangue por parte do coração. Além disso, remédios que ajudam a controlar a frequência cardíaca e reduzem o acúmulo de fluído nos pulmões.

Se o sopro for desencadeado por alguma doença que compromete os músculos ou válvulas do coração e, consequentemente, o pleno funcionamento do órgão, e o paciente apresenta sintomas como faltar de ar, é necessário fazer cirurgia.

Conforme as particularidades do caso, o procedimento pode se dar por correção da válvula por balão, em que um cateter é introduzido no paciente e insufla um balão para alargar a válvula. Há, ainda, correção por cirurgia, com abertura do tórax para corrigir o problema, ou cirurgia de troca de válvulas naturais por válvulas sintéticas.

Como é o manejo do sopro cardíaco em crianças?

As crianças com sopro inocente não apresentam alteração no coração, o que significa que podem levar uma vida normal, estando, inclusive, liberadas para praticar atividades físicas sem restrições. Para os casos em que a criança nasce com o problema, geralmente, o médico opta pelo tratamento cirúrgico.

Em casos mais graves, a cirurgia também poderá ser feita em recém-nascidos. Devido aos avanços da Medicina Fetal, como o auxílio de máquinas que permitem a circulação extracorpórea e a estrutura das UTIs, é possível realizar o tratamento cirúrgico infantil cada vez mais cedo, o que antes só poderia ser feito naquelas com mais de dez quilos.

O sopro no coração só pode ser descoberto por meio de consulta médica e exame cardiológico. Sendo assim, é indispensável perceber os sintomas que o seu corpo dá, e se consultar com o seu médico regularmente, pois quanto antes o problema for descoberto, mais facilmente poderá ser tratado, no caso do sopro patológico. É preciso lembrar que, mesmo no quadro de sopro inocente, há que se retornar às consultas médicas periodicamente.

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Revisão técnica: Artur Codeço, coordenador médico do Hospital Israelita Albert Einstein

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