O pênis possui uma espécie de capuz de pele na ponta, conhecido como prepúcio, que é retrátil, protege a glande e garante a lubrificação. Diante disso, a fimose é uma condição em que esse capuz apresenta um excesso de pele ou se transforma em uma espécie de anel de constrição, o que dificulta a exposição da glande.
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Geralmente, essa condição é muito comum em bebês, e a pele excedente tende a se retrair naturalmente, não necessitando de cuidados especiais, apenas de acompanhamento médico.
Segundo o Ministério da Saúde, aos 6 meses de idade, 20% dos bebês têm prepúcio retrátil; até os 3 anos, cerca de 50% não têm mais fimose; e, aos 17 anos, o problema praticamente não existe mais (99% dos casos).
Tratamento envolve pomadas e cirurgia
Se a retração do prepúcio do bebê não evolui como deveria, o pediatra orienta a mãe a realizar manobras manuais de retração, sempre com movimentos suaves e, em alguns casos, prescreve pomadas com corticoide para “amolecer” a pele do prepúcio.
No entanto, quando a fimose persiste até a adolescência e em casos mais graves, a recomendação é remover a pele excedente por meio de uma cirurgia simples e rápida, conhecida como postectomia, ou popularmente como circuncisão.
Existem diferentes tipos de fimose
O tipo mais comum é a fimose fisiológica, a dos bebês. O médico confirma essa condição no recém-nascido e o acompanhamento deve ser feito pelo pediatra até os 5 anos de idade. Já a fimose secundária pode aparecer em qualquer fase da vida em decorrência de episódios infecciosos repetidos na pele ou na glande, ou mesmo por causa de traumas locais.
Graus diferentes
O diagnóstico da fimose é feito por meio de exame clínico. Seus estágios são definidos com base no excesso de pele e o nível de estreitamento do prepúcio:
- Grau 1 — o prepúcio é retrátil, mas estreito;
- Grau 2 — a retração do prepúcio é parcial, assim como a exposição da glande;
- Grau 3 — a retração é mais difícil e a glande só é visualizada pelo orifício urinário;
- Grau 4 — não se consegue expor a glande;
- Grau 5 — a pele do prepúcio está tão “presa” que não é possível fazer sua retração.
Complicações
A complicação mais grave é o risco aumentado para desenvolver neoplasias malignas do pênis. Além disso, homens adultos com fimose estão mais suscetíveis a infecções urinárias e a infecções sexualmente transmissíveis (IST); podem sentir dor durante as relações sexuais; e têm risco aumentado de desenvolver uma parafimose (quando o prepúcio fica preso e não volta a recobrir a glande).
Fimose feminina
Algumas bebês podem nascer com fusão total ou parcial dos pequenos lábios, o que bloqueia a saída da vagina. Mais frequente entre os 2 meses e os 2 anos de idade, o quadro é chamado de sinéquia vulvar ou de fusão labial — e, popularmente, de fimose feminina — e se reverte naturalmente em até 80% dos casos.
Quando isso não acontece, o tratamento é feito com o uso de pomadas estrogênicas para reverter a fimose sem cirurgia. Se mesmo assim o problema persistir, o próximo passo é a remoção cirúrgica.
As causas da fimose feminina ainda não foram totalmente estabelecidas, mas acredita-se que o problema está relacionado à baixa concentração de hormônios característica da infância, que faz com que o tecido vulvar seja mais suscetível a inflamações crônicas que lesam a mucosa dos lábios internos e acabam cicatrizando de forma inadequada, formando sinéquias (membranas fibrosas).
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.