A membrana peritoneal, que reveste a cavidade abdominal, tem a função de sustentar os órgãos do abdome e serve como um canal para a passagem de nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos. Embora seja bastante fina, ela é composta por duas camadas: a parietal (que recobre a parede abdominal e a cavidade pélvica) e a visceral (que envolve, por exemplo, o intestino, fígado, estômago e ovários).
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Quando duas ou mais áreas do peritônio se aderem, isso resulta na formação do que é conhecido como aderência peritoneal. Na maioria das situações, essa aderência não apresenta problemas de saúde, mas em alguns casos, pode acarretar consequências para o paciente.
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O que causa a aderência do peritônio?
A aderência do peritônio pode surgir após cirurgia ou trauma na região. Em algumas situações, pode ser resultado de uma infecção. Assim, os pacientes podem enfrentar complicações como obstrução intestinal, dor, náusea, vômitos, inchaço e até mesmo infertilidade.
Um artigo científico publicado pela National Academy of Medicine, dos Estados Unidos, mostra que as aderências ocorrem em mais de 90% dos pacientes após cirurgia abdominal de grande porte e entre 55% e 100% das mulheres submetidas a cirurgia pélvica.
No entanto, apesar dos esforços para reduzir ou prevenir as aderências, as causas subjacentes a sua formação continuam sendo desconhecidas. Geralmente, a aderência não é percebida em sua fase inicial. Com o decorrer do tempo, porém, ela tende a se tornar mais evidente, já que a área da membrana que está aderida torna-se mais rígida e inflexível.
Quando ocorre uma obstrução intestinal, o órgão pode ficar levemente torcido ou desalinhado em relação ao restante do sistema digestivo. Isso pode resultar em alterações no fluxo das fezes.
Como diagnosticar?
O diagnóstico das aderências peritoneais pode ser consideravelmente desafiador. Nos casos em que ocorre obstrução intestinal, a radiografia abdominal pode ser útil ao revelar achados indicativos da obstrução.
A radiografia com contraste de bário oferece a vantagem de possibilitar a identificação do local da obstrução.
Em certos cenários, a tomografia abdominal também pode ser empregada. Em situações mais graves, a laparoscopia pode ser necessária para examinar o interior do abdome com o auxílio de uma câmera.
No que se refere ao tratamento, frequentemente não é necessário quando os sintomas resultantes das aderências estão ausentes. Contudo, em casos mais sérios, pode ser requerida uma cirurgia para separar as áreas aderidas.
Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em clínica médica, medicina interna, cardiologia e ecocardiografia. É cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.