Alergia: tudo o que você precisa saber sobre o tema

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A alergia é uma doença sistêmica, que afeta o corpo como um todo, causada por fatores ambientais e/ou alimentares e que causa muitas complicações nas pessoas diagnosticadas. Felizmente, devido ao avanço da medicina, quando o tratamento é iniciado precoce ou preventivamente, os pacientes convivem bem com ela.

Devido a sua importância existe o Dia Mundial da Alergia, celebrado em 08 de julho, como forma de conscientizar as pessoas sobre essa condição clínica. A ideia é apresentar os tratamentos disponíveis e desmistificar alguns conceitos.

Então, se você quiser saber mais sobre a alergia, como as causas e sintomas, o diagnóstico e como tratar os pacientes, fique por aqui que exploraremos essas informações a seguir!

Afinal, o que é alergia?

A alergia é uma manifestação exagerada do sistema imunológico, desencadeando reações tanto imediatas quanto em longo prazo. Dependendo da gravidade, pode contribuir para um evento fatal. Nosso sistema imunológico é responsável por reconhecer um corpo estranho, chamado cientificamente de antígeno.

A partir disso, ocorrerá o recrutamento das células leucocitárias, que o eliminarão. Esse processo envolve uma grande quantidade de leucócitos e outras células de defesa em uma situação fisiologicamente denominada de inflamação — porém, em condições adequadas ao tamanho do problema.

No entanto, nas situações alérgicas, o sistema imunológico desencadeia uma reação de defesa exagerada, que acarreta na produção de uma grande quantidade de substâncias como citocinas, histaminas, entre outras.

É importante saber que a alergia, apesar de princípios patológicos semelhantes, é considerada uma reação adversa. Por isso, as intolerâncias alimentares não se enquadram nessa definição apresentada.

O resultado pode ser percebido imediatamente, como vermelhidão na pele e coceiras ao longo do corpo. Mais tardiamente e dependendo da situação, o encaminhamento hospitalar pode ser necessário.

Principais causas de alergia

Como descrevemos anteriormente, é necessário que o antígeno entre em contato com o organismo do indivíduo. Isso pode ocorrer de várias formas, mas em geral acontece por alimentos, fatores do ambiente, cosméticos etc.

As fontes de alergia alimentares mais comuns são camarão, chocolate, carne de porco, amendoim, nozes, entre outros. No contexto ambiental, observa-se a sensibilidade de algumas pessoas ao pólen, poeira, pelos de animais domésticos, entre outros.

Importante mencionar que existem as reações alérgicas do tipo cruzada. Ou seja, indivíduos que têm sensibilidade às oleaginosas (nozes e castanhas) podem manifestar sintomas quando se alimentam de soja, por exemplo.

Sendo assim, o indivíduo que entrar com contato com esses antígenos desenvolverá uma reação mediada pelo anticorpo IgE, constrição dos vasos sanguíneos em algumas partes, falta de ar devido ao fechamento da glote, entre outros sintomas mais intensos.

Sintomas da alergia

Ao entrar em contato com o antígeno com potencial alergênico, o indivíduo pode apresentar muita coriza em decorrência dos espirros frequentes, caso tenha alergia a pólen das flores, poeira ou pelos de animais.

Se a alergia for alimentar, é provável que o indivíduo fique avermelhado pelo corpo, com inchaço, coceira e distúrbios abdominais, como diarreia e vômitos. Pode evoluir para fraqueza e indisposição.

Existem pessoas que têm alergia aos medicamentos, como dipirona, metoclopramida e alguns antibióticos. Elas podem manifestar reações anafiláticas graves, necessitando de suporte hospitalar urgente.

Ocorrência por idade

Entre os primeiros três anos de vida, predominam as reações alérgicas cutâneas, enquanto as do tipo alimentar ocorrem, por exemplo, devido a ingestão de clara de ovo, trigo, soja, frutas cítricas e as oleaginosas (castanha, nozes, avelãs, entre outros).

Entre os três e sete anos são mais frequentes as alergias respiratórias. A mais preocupante nessa faixa etária é a asma, que causa interrupção de ar e gera desconforto emocional no paciente e em seus familiares.

Na fase da adolescência, as alergias do tipo rinite são as mais comuns e podem ser desencadeadas por poeira domiciliar, pelos de animais, ácaros, fungos, entre outros. Nessas situações é comum coriza intensa, que muitos acreditam se tratar de um resfriado.

Porém, como outros sintomas não se fazem presentes, como febre e prostração, a partir da observação dos acontecimentos, conclui-se pelo episódio alérgico. Ressalta-se que, nessas situações, pode ocorrer sangramento nasal, devido ao desconforto na região proveniente da coceira intensa que a pessoa sente. Isso pode causar mais problemas se não utilizar um medicamento apropriado.

Diagnóstico da doença

A alergia é uma doença multicausal, e a primeira observação dos sintomas recorrentes vem dos familiares ou do próprio indivíduo. Então, o médico vai verificar algumas reações clínicas, principalmente naquelas pessoas mais sensíveis.

Para tanto, é fundamental fornecer ao profissional um histórico minucioso do paciente. Junto a isso, ele vai analisar exames físicos e verificar antecedentes de alergia dos pais e irmãos, para apurar uma predisposição para o aparecimento das alergias.

Ao primeiro momento, o médico deve recomendar exames para checar dosagem de IgE. Se der positivo, outras pesquisas serão necessárias para identificação de anticorpos específicos (RAST), que podem avaliar um painel de alérgenos ou um único causador. Nesse exame, utiliza-se apenas uma amostra de sangue.

No entanto, os testes cutâneos ainda são considerados os mais efetivos, como o de Prick, em que se coloca pequenas amostras das substâncias com potencial alergênico, deixando agir por 15 a 20 minutos. O teste é bastante sensível, ou seja, detecta realmente quem tem alergia, mas é mais confiável se for feito em crianças a partir de cinco anos.

Entenda como é o tratamento da alergia

O primeiro tratamento é a eliminação da exposição ao alérgeno, principalmente nos casos de medicamentos. Para isso, a substituição de produtos com mesma ação farmacológica é a mais indicada, mas deve ser realizada com a orientação de um médico.

Para as alergias ambientais, existem medicamentos que tratam os sintomas, principalmente aqueles relacionados à coriza e congestão nasal e também para urticárias decorrentes das alergias cutâneas.

Os descongestionantes nasais e anti-histamínicos devem ser usados para as alergias ambientais. Mas é preciso muita cautela — e recomendação profissional — para evitar toxicidade ou falha de efeito em decorrência do uso irracional.

Para as alergias cutâneas, existem loções, pomadas e outras apresentações farmacêuticas que apresentam bons resultados. Seu uso deve ser prescrito e orientado por especialista no assunto.

Uma das grandes promessas, atualmente, são as vacinas, consideradas como tratamento imunoterápico. Elas funcionam como um dessensibilizador do sistema de defesa para atuar nos níveis da normalidade. Essa terapia deve ser bem discutida com o médico, pois é um tratamento em longo prazo e os resultados são bastantes divergentes entre as pessoas.

A alergia é uma doença multicausal que pode aparecer na infância ou desencadear reações na fase adulta. Compreende um conjunto de sintomas decorrente da exacerbação de uma resposta imunológica. É considerada, por isso, como uma reação adversa não previsível. O diagnóstico e o tratamento devem ser realizados precocemente para melhorar a qualidade de vida do paciente.

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