Alopecia: o que é e como tratar?

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Popularmente conhecida como calvície, a alopecia é muito mais frequente em homens: atinge cerca de 20% dos jovens a partir dos 20 anos e 90% dos idosos com mais de 90 anos. 

Já entre as mulheres, a incidência é menor: cerca de 5% chegam a ter grau elevado de perda de cabelos, embora a alopecia possa estar presente, de maneira mais sutil, em até 30% das mulheres a partir dos 50 anos. 

As causas são diversas e podem ser temporárias ou permanentes, como o uso de determinados medicamentos, como quimioterápicos para câncer, e os primeiros meses após cirurgias e partos podem desencadear queda temporária de cabelos. Além disso, a calvície pode ter origem hormonal, genética, imunológica e ambiental. 

Alguns casos de alopecia estão relacionados a doenças da tireóide, diabetes, doenças autoimunes (como lúpus e vitiligo) ou condições alérgicas. Infecções por fungos e bactérias também podem fazer os cabelos caírem. 

Por razões emocionais, algumas pessoas desenvolvem compulsão por arrancar fios de cabelo. Quando esse comportamento ocorre de maneira recorrente, os fios podem enfraquecer e novos deixam de nascer. Traumas na região capilar, aplicação excessiva de produtos químicos, desnutrição, deficiências de vitaminas e o estresse são fatores que podem desencadear a alopecia.

Nem toda queda de cabelo é alopecia

É normal perdermos entre 50 e 100 fios de cabelo por dia. O cabelo tem um ciclo de vida composto pelo crescimento, breve repouso e queda. A maioria dos fios está em crescimento, portanto há reposição constante dos fios que caem diariamente. 

Devemos estar atentos a quedas exacerbadas de fios, pois existem tratamentos que podem cessar ou desacelerar as quedas com melhores desfechos quando iniciados de maneira precoce. Recomenda-se procurar um dermatologista quando:

  • Cabelos caem mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses ou quando caem em tufos;
  • Couro cabeludo vermelho, com muita coceira ou ardência;
  • Oleosidade muito acima do normal;
  • Sinais de caspa aparente nas roupas e nos fios.

Existem diferentes tipos de alopecia

Existem diferentes tipos de alopecia, sendo a androgenética e a areata os mais comuns.

Na androgenética, a queda tem relação com causas genéticas, se manifestando em homens e mulheres, geralmente a partir dos 40 anos. Ela começa com o afinamento dos fios, deixando o couro cabeludo mais aparente. Em mulheres, esse tipo de alopecia pode surgir acompanhada por acne, irregularidade menstrual, aumento de pelos no corpo e aumento de peso.

Já a alopecia areata é uma doença autoimune que ataca os folículos pilosos do corpo, causando a perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas e barba, por exemplo).

A quantidade perdida pode variar de apenas alguns pontos até, em raras ocasiões, perda de todo o cabelo da cabeça (alopecia areata totalis) ou do corpo inteiro (alopecia areata universalis). 

Estima-se que o problema atinja de 1% a 2% da população, afete ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus portadores tenham menos de 20 anos.

Existe tratamento para alopecia?

Quando a alopecia é temporária, dependendo do caso, existem maneiras de suavizar a queda ou acelerar a recuperação, afastando fatores de risco e/ou com medicamentos. O tratamento deve ser individualizado, considerando perfil do paciente e agente causador do problema. Pacientes em quimioterapia, por exemplo, tendem a recuperar os fios após o tratamento. 

Já a alopecia androgenética não tem cura, mas geralmente inicia-se o tratamento com medicamentos orais.

Em alguns casos, especialmente em situações de hereditariedade, a calvície pode ser remediada com implantes capilares. Existem diferentes técnicas, realizadas principalmente por cirurgiões plásticos, que podem conferir resultados bem satisfatórios.

A alopecia areata não tem cura, mas pode ser tratada e o cabelo volta a crescer. Algumas opções de tratamento incluem corticosteroides (medicamentos anti-inflamatórios prescritos para doenças autoimunes), que podem ser administrados como uma injeção no couro cabeludo ou em outras áreas, por via oral (como uma pílula), ou aplicados topicamente (esfregados na pele) como pomada, creme ou espuma. A resposta à terapia pode ser gradual.

O Ministério da Saúde alerta para produtos que prometem soluções milagrosas e medicamentos usados sem acompanhamento médico. Eles não devem ser usados, sob o risco de efeitos adversos severos. 


Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.

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