Bexiga hiperativa: quando as idas frequentes ao banheiro são preocupantes?

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Quem precisa sair correndo para fazer xixi ou acorda várias vezes de madrugada para ir ao banheiro precisa ficar atento. Esses podem ser sinais de bexiga hiperativa, quadro que leva ao aumento da frequência urinária. 

Em muitos casos, a pessoa tem a chamada sensação súbita de urinar, conhecida como urgência, que pode ser ou não acompanhada por incontinência urinária, que é a perda involuntária do líquido. 

O que é a bexiga hiperativa?

A bexiga hiperativa acontece devido à contração involuntária do músculo da bexiga, o chamado detrusor, antes do enchimento completo do órgão. Esse fenômeno é conhecido tecnicamente como hiperatividade detrusora. 

Ela pode ser idiopática, ou seja, sem causa pré-determinada, ou estar relacionada a doenças que afetam o padrão neurológico da bexiga, a exemplo de Parkinson e esclerose múltipla, e ainda a transtornos da coluna vertebral e da medula, como hérnia de disco, além de acidente vascular cerebral (AVC), entre outros. O problema acomete homens e mulheres

Fatores de risco

O principal fator de risco para a condição é o envelhecimento. Os homens acima de 50 anos têm ainda mais risco devido ao crescimento benigno da próstata. 

O problema não deve ser encarado como um processo normal do envelhecimento ou algo intratável. Se uma pessoa sofre com esses sintomas, é importante procurar um médico.

A consulta também é fundamental para descartar outros problemas de saúde, como infecções, malformações, cálculos urinários, diabetes mellitus e até tumores da via urinária que podem ter sintomas parecidos com os da bexiga hiperativa. Além disso, será o primeiro passo para que o médico decida como tratar o quadro e melhorar a qualidade de vida do paciente. 

Impactos psicológicos

O quadro pode provocar sérios impactos psicológicos, sociais e físicos. Comportamentos evitativos de convívio social, faltas ao trabalho, abandono de atividades físicas e mesmo dificuldades para sair de casa são comuns, pois o indivíduo se sente constrangido e busca estar sempre com um banheiro por perto. Repercussões na vida sexual e piora na qualidade do sono também são frequentes. 

Pessoas que precisam utilizar fralda devido ao problema enfrentam ainda dermatites e infecções urinárias, e idosos correm o risco de sofrer quedas ou fraturas quando precisam se deslocar rapidamente até o banheiro. 

Tratamento

Dentre as medidas terapêuticas contra a bexiga hiperativa estão:

  • Ajustar o consumo de líquidos: o primeiro passo para combater a bexiga hiperativa é, com orientação de um profissional de saúde, ajustar a quantidade de líquido ingerida e determinar os momentos ideais para fazer a hidratação, evitando líquidos à noite ou antes de uma viagem longa, por exemplo;
  • Reduzir o consumo de álcool e café, pois eles aumentam a produção de urina e são irritantes para a bexiga;
  • Maneirar no uso de condimentos, adoçantes, refrigerantes, frutas e sucos cítricos, que também irritam a bexiga e podem piorar os sintomas;
  • Controlar o peso ajuda a diminuir a perda de urina. Mas lembre-se: nada de agir por conta própria, procure orientação médica;
  • Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser indicado para reduzir a contração da bexiga ou gerar maior relaxamento do órgão nos momentos de enchimento. Entretanto, nem todo mundo pode tomar alguns desses remédios, em especial quem tem hipertensão arterial ou arritmia, o que reforça a necessidade de uma avaliação médica individualizada;
  • Exercícios pélvicos e fisioterapia especializada também trazem resultados positivos, assim como o uso de estrogênio intravaginal no caso de mulheres na menopausa. Já os homens que têm hiperplasia prostática benigna, quadro que leva ao aumento da próstata, se beneficiam com tratamentos direcionados ao melhor esvaziamento da bexiga (medicamentoso ou cirúrgico). 

Quando essas alternativas não funcionam, o médico pode lançar mão da toxina botulínica. Ela é aplicada na parede da bexiga através de um procedimento cirúrgico realizado pelo canal da uretra para “acalmar” a musculatura do órgão.

Em último caso, é possível recorrer a um aparelho similar a um marcapasso, o neuromodulador sacral. Ele é implantado na parte inferior da coluna vertebral para controle dos nervos que estão acelerando o funcionamento da bexiga. Como é um tratamento mais invasivo, é necessário fazer uma avaliação adequada dos riscos e benefícios para cada paciente. 

Mas, para que todas essas intervenções (médicas ou não) sejam eficientes, é importante saber: quanto antes a pessoa procurar ajuda, melhor.

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