Burnout: como o esgotamento afeta as mulheres?

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A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional relacionado ao trabalho, com múltiplas implicações físicas e psicológicas. Essa condição está intimamente relacionada ao excesso de estresse profissional. 

De acordo com o Ministério da Saúde, o burnout afeta sobretudo as mulheres. Em 2023, por exemplo, foram realizados 393 atendimentos relacionados a esse tipo de episódio no Sistema Único de Saúde (SUS). Desses, 282 eram casos de pacientes do sexo feminino e 111 do masculino. 

É possível que essa maior prevalência em mulheres ocorra em razão do acúmulo de funções que recaem sobre elas. Muitas vezes, além do emprego formal, as mulheres ainda são responsáveis por realizar as tarefas domésticas e cuidar dos filhos.

Vídeo: Burnout em mulheres – sintomas, causas e tratamentos 

Causas

O burnout é uma condição multifatorial. Dentre suas principais causas podem estar:

  • Acúmulo de tarefas;
  • Não ter afinidade com o que faz;
  • Ser pressionado por resultados difíceis de atingir;
  • Enfrentar bullying corporativo;
  • Assédio no ambiente de trabalho;
  • Questões de justiça e equidade (discriminação de gênero, raça, sexualidade, etc.).

Sintomas

Os sintomas da síndrome podem afetar tanto o bem-estar físico quanto o emocional. Em alguns casos, é possível que sejam transitórios ou ainda persistentes ao longo de semanas e meses. Em ambas as situações, o tratamento é chave para mitigar os impactos à saúde. 

Os sinais mais comuns são:

  • Cansaço intenso;
  • Dor de cabeça;
  • Alterações no apetite;
  • Dificuldade de concentração;
  • Dor muscular;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Pressão alta;
  • Alteração nos batimentos cardíacos;
  • Irritabilidade;
  • Perda de produtividade;
  • Mudanças no sono;
  • Sentimentos de fracasso e insegurança;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Isolamento;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Despersonalização.

Burnout X Depressão

Embora haja certa semelhança entre os dois quadros, o burnout e a depressão são problemas de saúde mental distintos. A principal diferença é que o primeiro está justamente ligado a uma questão muito bem definida: o trabalho. Um quadro não leva ao outro, porém, eles podem acontecer ao mesmo tempo. Por isso é tão importante manter-se atento aos sintomas e buscar ajuda o quanto antes.

Diagnóstico

Diagnosticar a síndrome de burnout não é uma tarefa simples. Esse processo exige uma avaliação clínica aprofundada por especialistas da saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais rápido pode ser iniciado o tratamento.

Tratamento

O tratamento para o burnout tem como base uma intervenção psicoterapêutica. O trabalho foca em identificar pensamentos negativos e modificar comportamentos potencialmente prejudiciais. Em alguns casos mais graves, a equipe pode recomendar uma abordagem medicamentosa, com antidepressivo e/ou ansiolítico.

Além disso, construir uma rede de apoio com amigos e familiares também é indicado no processo de recuperação. Também é recomendado adotar um estilo de vida saudável, com rotina regular de exercícios físicos, práticas de relaxamento e alimentação balanceada.  

Prevenção

A melhor forma de prevenir a síndrome de burnout é aderir a estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho. Confira algumas delas:

  • Desenhe objetivos claros sobre sua vida profissional;
  • Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
  • Faça atividades que “fujam” à rotina diária (como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema);
  • Converse com alguém de confiança sobre seus sentimentos;
  • Faça atividades físicas regularmente;
  • Evite consumo de bebidas alcoólicas e tabaco (as drogas tendem a piorar a confusão mental);
  • Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica;
  • Descanse adequadamente, com boa noite de sono (pelo menos 8h por dia);
  • Mantenha o equilíbrio entre trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.

Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira (CRM 154.981/RQE 45120), médica Escritório de Valor em Saúde Einstein. Doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF, título de especialista em Cardiologia SBC/AMB.

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