Câncer colorretal: fatores de risco e a importância do rastreamento

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Cada vez mais esse tipo de neoplasia maligna tem sido diagnosticada em mulheres e homens com menos de 50 anos.

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Recentemente, o câncer colorretal começou a ganhar mais atenção da mídia. Primeiro, com o anúncio da morte de Pelé, que faleceu no fim de dezembro de 2022 por causa desse tipo de câncer. Depois, quando a cantora Preta Gil anunciou que recebeu o mesmo diagnóstico, em janeiro de 2023. 

A neoplasia maligna de cólon, que também é chamada de câncer colorretal, câncer de cólon, câncer do intestino grosso ou simplesmente câncer do intestino, é um dos tumores que afeta o sistema digestivo e atinge o cólon, a porção final do intestino grosso, o reto e o ânus. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 44.000 novos casos por ano desse tipo de neoplasia maligna – 70% deles concentrados nas regiões Sudeste e Sul do país.Segundo estudo publicado na revista Nature Reviews: Clinical Oncology, da Universidade Harvard, de 1990 para cá tem havido um aumento significativo de diagnósticos de câncer em pessoas com menos de 50 anos. O câncer colorretal faz parte dessa lista ao lado das neoplasias malignas de mama, de esôfago, de pâncreas e de outros dez tipos de câncer.

Causas e fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal

  • Dieta desbalanceada: evidências científicas relacionam esse tipo de câncer a uma dieta gordurosa, hipercalórica e pobre em fibras, em que haja excesso de carne vermelha e/ou processada. O consumo de álcool também entra na conta;

  • Tabagismo e obesidade: tanto um como o outro estão relacionados ao aparecimento da doença. Portanto, abandonar o cigarro e aliar uma alimentação saudável com a prática regular de exercícios físicos é mais do que recomendado pelos médicos;
  • Constipação intestinal: o contato prolongado das fezes com as paredes do cólon e do reto aumenta o risco de desenvolver a doença;

  • Presença de pólipos: a partir dos 50 anos, podem se formar pequenos aglomerados de células que perderam o controle de sua capacidade de se duplicar e se fixam na parede do intestino. A maioria dos pólipos é benigna, mas devem ser retirados, pois muitos tumores se originam a partir de alguns tipos de pólipo;

  • Histórico familiar: cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com câncer colorretal têm histórico da doença entre os parentes. Da mesma forma, aquelas que têm doenças hereditárias como síndrome de Lynch, polipose adenomatosa familiar e polipose MUTYH, para citar três exemplos, devem fazer acompanhamento regular com um médico;

  • Doenças inflamatórias intestinais: pessoas com doença de Crohn e colite ulcerativa devem fazer acompanhamento médico, pois têm risco aumentado para desenvolver neoplasia maligna de cólon.

Sangue nas fezes e outros sintomas do câncer colorretal

Assim como nas outras neoplasias malignas, o diagnóstico precoce aumenta as possibilidades de tratamento e de cura. Por isso, a importância de observar alterações relacionadas ao intestino. No caso do câncer colorretal, o principal sintoma é a presença de sangue nas fezes. Mas existem outros sinais que variam de acordo com a localização do tumor:

  • Anemia, emagrecimento e, quando a doença está avançada, a presença de uma massa palpável na barriga são os sintomas mais comuns quando o tumor se localiza no lado direito do abdome;
  • Se o tumor estiver no lado esquerdo do abdome ou na região do reto, próxima ao ânus, os principais sinais são alteração do hábito intestinal e sangramento retal.

A importância do rastreamento do câncer colorretal

A colonoscopia é o exame mais importante para detectar tumores e verificar a saúde do cólon e do reto. Antes, a indicação era fazer a primeira colonoscopia a partir dos 50 anos; atualmente, recomenda-se que ela esteja incluída nos exames de rotina de pessoas com mais de 40 anos. Para quem tem casos desse tipo de câncer na família, a recomendação é iniciar o rastreamento cerca de dez anos antes da idade que o parente em questão tinha quando recebeu o diagnóstico. Quanto à frequência da colonoscopia, a recomendação da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) para pacientes de baixo risco é repetir o exame a cada cinco anos. Para quem tem histórico da doença na família, a periodicidade costuma ser menor. O médico faz a recomendação de acordo com cada caso.

Pólipos no intestino podem ser o começo de tudo: evolução para um tumor

Pólipos são aglomerados de células que perderam o controle de sua capacidade de se duplicar e se fixam na parede do intestino. A maioria deles é inofensiva, mas há certos tipos que são pré-malignos e podem evoluir para um tumor. 

Geralmente, o médico remove todos durante a colonoscopia e, dependendo do caso, indica uma nova colonoscopia algum tempo depois para verificação. Em caso de diagnóstico de câncer, pode ser necessária uma cirurgia e sessões de quimioterapia e de radioterapia para conter o avanço da doença e evitar metástase, que aparece em até 20% dos casos.

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