Câncer de colo do útero: 5 pontos para entender sobre a doença

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O câncer de colo de útero, também conhecido como câncer cervical, é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal e desordenado de células no cérvix, o colo uterino. Esse tecido atua como uma barreira física entre o útero e o canal vaginal, o que o torna um agente importante na menstruação, bem como na fertilização.

De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero devem ser diagnosticados por ano no triênio de 2023 a 2025.

Vídeo: Vacina contra o HPV previne 100% o câncer de colo de útero?

Conheça cinco fatos sobre este tipo de câncer:

1. A infecção pelo vírus HPV pode levar ao desenvolvimento do câncer cervical

Segundo o INCA, o papilomavírus humano (HPV) é o principal fator de risco associado ao surgimento dessa doença no colo do útero. Quase 99% dos casos de câncer ocorrem por consequência de uma infecção prolongada do vírus no organismo. 

No entanto, vale destacar que, embora haja essa prevalência associada à condição, o contágio pelo vírus não é sempre um presságio do câncer. Especialmente entre mulheres mais jovens, abaixo dos 25 anos, há grandes chances de eliminação e cura completa do HPV a partir de um acompanhamento ginecológico regular.

2. O câncer de colo de útero pode ser assintomático

O câncer cervical costuma apresentar um desenvolvimento lento, o que significa que pode não apresentar sintomas quando está em seus primeiros estágios. Quando aparecem tardiamente, porém, o tumor pode se manifestar como:

  • Sangramento vaginal intermitente ou após relações sexuais;
  • Secreção vaginal anormal e de odor desagradavel;
  • Dor no abdômen, costas ou pernas;
  • Desconforto ou dificuldade para urinar;
  • Perda de peso inexplicável.

Esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições de saúde. Por isso, recomenda-se que, ao sinal de qualquer alteração menstrual, como a ocorrência de sangramentos fora do ciclo, a paciente busque ajuda profissional. 

3. Os exames preventivos são essenciais para detectar a doença nos estágios iniciais

A indicação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 25 e 64 anos que tenham ou já tiveram uma vida sexualmente ativa façam o exame preventivo do câncer cervical a cada três anos depois de dois exames consecutivos normais, com intervalo de um ano. Esse teste é conhecido como “papanicolau” e consiste em uma coleta de células do colo do útero para serem examinadas em laboratório à procura de tecidos malignos. 

Em casos de suspeitas, outros exames também podem ser solicitados. É o caso, por exemplo, da avaliação clínica pélvica, da colposcopia (que serve para procurar lesões anormais com a ajuda de uma lente de aumento), da ressonância magnética, da tomografia computadorizada e do próprio teste de HPV. Por fim, o diagnóstico é confirmado pela biópsia do tecido suspeito.

4. A cirurgia nem sempre é a abordagem de tratamento mais indicada

O tratamento do câncer de colo de útero depende do estágio da doença e de sua extensão. As técnicas também variam de acordo com as condições clínicas da paciente e seu desejo de engravidar no futuro.

No geral, em casos iniciais, quando o tumor é restrito ao colo do útero, a equipe médica tende a dar prioridade a uma intervenção cirúrgica. O procedimento envolve a remoção do tumor e, caso seja necessário, de tecidos e órgãos próximos. Em quadros mais avançados, o tratamento pode envolver sessões de radio, quimio e imunoterapia. 

5. A vacina contra o HPV ajuda a prevenir o câncer

Uma vez que o HPV é uma das principais causas associadas ao desenvolvimento de câncer de colo de útero, a vacinação contra esse vírus é uma importante forma de prevenção da doença. 

A vacina está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para os seguintes grupos:

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos;
  • Mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos;
  • Vítimas de abuso sexual;
  • Usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP);
  • Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR) a partir de 2 anos de idade.

Vale recordar que o status positivo de vacinação não exclui a necessidade de acompanhamento médico. Mantenha consultas regulares com um ginecologista.


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira (CRM 154.981/RQE 45120), médica Escritório de Valor em Saúde Einstein. Doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF, título de especialista em Cardiologia SBC/AMB.

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