Câncer na vulva: quais são os principais sinais e sintomas?

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O câncer na vulva é uma doença pouco mencionada, mas que merece nossa atenção. Enquanto muito se fala sobre outros tipos de câncer, raramente discutimos essa manifestação específica da doença.

Ela acomete a área externa do órgão genital feminino. Em outras palavras, afeta a parte composta por estruturas como os grandes e pequenos lábios, o clitóris e a abertura dos canais da vagina e uretra — mas esse tipo de câncer não acomete a parte interna da vagina, por exemplo, e não deve ser confundido com o câncer de colo uterino.

Neste artigo, vamos falar sobre os sinais e sintomas do câncer de vulva, os tratamentos disponíveis e as formas de prevenção. Acompanhe para saber mais.

O que é câncer na vulva?

Todo câncer é uma neoplasia. Esse termo é usado na área médica para a proliferação anormal e descontrolada das células corporais. Quando se tem essa doença, as células se multiplicam de forma desordenada, muitas vezes formando uma massa de tecido chamada de tumor — mas nem todo tumor é câncer, certo?

O câncer na vulva é um tipo relativamente raro de neoplasia. Estima-se que, nos Estados Unidos, ele corresponde a 6% dos casos de câncer em órgãos reprodutivos femininos.

Essa condição, como você já sabe, afeta a região genital externa de pessoas do sexo feminino. Geralmente, o câncer começa na pele ou nas glândulas da vulva, mas pode se espalhar para outras áreas por meio da metástase — que é a propagação de células cancerosas para outras partes do corpo, a partir de onde a doença começa.

O câncer de vulva é uma denominação um tanto abrangente, que pode se apresentar, por exemplo, como:

  • câncer nos grandes lábios;
  • tumor nos pequenos lábios;
  • câncer da glândula de Bartholin.

Quais são os fatores de risco?

Assim como em outros tipos de câncer, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver câncer na vulva. Conheça alguns a seguir.

Idade

Infelizmente, as chances de desenvolver câncer de vulva aumentam à medida em que o organismo envelhece. O risco é mais elevado a partir dos 60 anos de idade.

HPV

Pessoas infectadas pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), que também é responsável pelo câncer de colo do útero, têm maior risco de desenvolver câncer na vulva.

Tabagismo

Fumar é um fator de risco para várias doenças — o que se aplica, também, ao câncer na vulva. Isso porque as substâncias presentes no cigarro podem causar mutações celulares.

Imunossupressão

Pessoas do sexo feminino com sistema imunológico enfraquecido, seja por condições de saúde ou pelo uso de medicamentos que têm esse efeito, têm maior chance de desenvolver câncer de vulva.

Quais os sintomas mais comuns?

A presença de múltiplos sintomas característicos deve ser motivo de forte suspeita. Mas é importante ter em mente que todos os sintomas de câncer vulvar, sem exceção, podem estar associados a diversos outros problemas. Então, caso note qualquer alteração, não precisa se desesperar — mas é fundamental buscar atendimento médico.

Cuidar da sua saúde envolve ter atenção aos sintomas e sinais emitidos pelo seu corpo. Confira, a seguir, indícios comumente associados ao câncer de vulva.

Coceira

Entre as muitas possíveis causas da coceira na região íntima, está o câncer de vulva. Esse sintoma, que pode variar em intensidade e duração, pode vir acompanhado de sinais como vermelhidão, irritação ou descamação da pele.

Dor ou sensibilidade

Devido à modificação celular na região, é comum que pessoas acometidas pelo câncer de vulva apresentem dor ou sensibilidade na área. 

Dor ao urinar

Esse sintoma pode indicar várias outras condições, mas é relatado por pacientes que têm câncer vulvar, já que as alterações celulares na região podem causar desconforto na micção.

Feridas que não cicatrizam

Feridas na vulva podem ocorrer por diversos motivos. Mas, se demorarem para cicatrizar, esse é um indicativo importante de que algo está errado.

Caroços

Caroços na região vulvar podem ser um sinal de alerta para a presença de câncer. Essas protuberâncias podem se manifestar como nódulos ou crescimentos anormais e requerem atenção médica imediata.

Mudanças na textura ou na cor da região

Assim como no câncer de pele ou de mama, é comum que a pessoa afetada veja uma modificação na cor ou na textura dos tecidos da vulva. Nesse sentido, ter o hábito de verificar o aspecto dessa e de outras partes do seu corpo é importante.

Sangramento vaginal

O sangramento vaginal também é um sintoma prevalente nesses casos. Ele pode acontecer, por exemplo, depois da relação sexual, ou em outros momentos do dia.

Ínguas

Os linfonodos são órgãos do sistema imunológico que também estão presentes na virilha. Quando eles incham, podem indicar problemas como a presença de células cancerígenas que se espalharam a partir da região vulvar.

Quais são os tipos de câncer na vulva?

Existem diferentes tipos de câncer que podem afetar a vulva. Confira alguns a seguir:

  • carcinoma de células escamosas: tipo mais comum, representando a maioria dos casos. Ele se origina nas células escamosas que revestem a superfície da vulva e pode se espalhar para os tecidos circundantes;
  • carcinoma de células basais: embora seja menos comum do que o carcinoma de células escamosas, esse tipo de câncer também pode ocorrer na vulva. Ele se origina nas células basais, que estão presentes na camada mais profunda da pele;
  • adenocarcinoma: esse tipo de câncer começa nas glândulas presentes na vulva. Embora seja menos frequente do que o carcinoma de células escamosas, o adenocarcinoma pode ser mais agressivo e requer cuidados especializados;
  • melanoma: assim como em outras partes do corpo, o melanoma pode se desenvolver na vulva. Ele tem origem nas células produtoras de pigmento (melanócitos) e pode ser um tipo de câncer mais agressivo.

O diagnóstico preciso do tipo de câncer vulvar é realizado por meio de exames e biópsias, feitos por profissionais de saúde especializados. Cada tipo pode requerer abordagens de tratamento específicas. Por isso, é fundamental buscar atendimento médico para obter um diagnóstico adequado e um plano de tratamento individualizado.

Como é o tratamento de câncer na vulva?

O tratamento ideal para o câncer de vulva depende do tipo de neoplasia, da idade da pessoa acometida e de outras características de saúde da paciente. A seguir, apresentamos algumas opções de tratamento:

  • cirurgia: quando há um tumor na região vulvar, a remoção cirúrgica é uma das estratégias utilizadas. Em casos avançados, pode ser necessário remover parte ou toda a vulva para garantir a remoção completa do tumor;
  • radioterapia: a radioterapia é um tratamento eficaz que utiliza radiação para reduzir tumores ou destruir células cancerosas. Pode ser realizada antes ou depois da cirurgia;
  • quimioterapia: em alguns casos, a quimioterapia é uma opção para o tratamento do câncer na vulva. Consiste na administração de medicamentos endovenosos, que atuam no corpo inteiro;
  • imunoterapia: a imunoterapia é um tratamento que estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e combater as células cancerosas. É outra opção no combate ao câncer.

É possível prevenir esse problema?

Embora o câncer possa surgir aleatoriamente, existem algumas medidas que podemos tomar para reduzir as chances de ocorrência. No caso do câncer de vulva, evitar fumar é uma das opções, uma vez que o tabagismo é um fator de risco para essa doença.

Além disso, a prevenção da infecção pelo HPV é outra forma de reduzir o risco de câncer de vulva. Além de praticar sexo seguro, usando preservativos, existe uma vacina disponível para prevenir a infecção pelo HPV.

O câncer na vulva é uma condição que precisa de conscientização, e seus sintomas podem ser sutis e facilmente confundidos com outras condições. Ter atenção aos sinais e sintomas corporais é essencial, bem como buscar atendimento médico diante de qualquer anormalidade. O cuidado com a saúde íntima é essencial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida.

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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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