Câncer de laringe: um dos mais comuns entre os tumores de cabeça e pescoço

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Das neoplasias malignas de cabeça e pescoço, a de laringe é uma das mais comuns. Ambos os sexos podem desenvolver a doença, mas ela é mais frequente em homens acima de 40 anos, segundo publicação do site do Ministério da Saúde em 2022. De acordo com o órgão, as neoplasias malignas de laringe representam cerca de 25% dos tumores de cabeça e pescoço e 1,2% de todas as doenças malignas.

Localizada na região do pescoço, a laringe é dividida em três porções (supraglote, glote e subglote) e é considerada o órgão da fala por abrigar as cordas vocais. Assim como nos outros tipos de câncer, o de laringe se origina a partir da multiplicação e crescimento celular desordenado. Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de dois terços dos tumores surgem nas pregas vocais, que ficam na glote, e um terço na laringe supraglótica (região localizada acima das pregas vocais).

Tumores de laringe mais frequentes

Há vários subtipos de câncer de laringe, mas o carcinoma de células escamosas, que também é conhecido como carcinoma epidermóide ou espinocelular, é o mais comum. O carcinoma de células escamosas aparece em neoplasias malignas não só da laringe, mas também de outras partes do corpo – caso das mamas, por exemplo. Trata-se de um tumor que se inicia na pele ou no tecido que recobre alguns órgãos internos.

Causas e fatores de risco para o câncer de laringe

O tabagismo é a principal causa do aparecimento da doença e responde por 70% a 95% dos casos mesmo entre ex-fumantes. Tabagistas têm dez vezes mais probabilidade de ter câncer de laringe. 

O etilismo também entra na lista dos fatores de risco principais. Isso acontece porque fumar e abusar de bebidas alcoólicas levam a um processo inflamatório crônico que provoca alterações celulares que, por sua vez, podem evoluir para uma lesão maligna. Além desses dois, existem outros gatilhos que predispõem à doença. São eles:

  • Estresse e mau uso da voz;
  • Excesso de gordura corporal;
  • Idade avançada, já que, com o passar dos anos, estamos mais sujeitos a alterações no processo de crescimento e renovação celular;
  • Embora seja raro, a infecção por papilomavírus humano (HPV) também pode ser um fator de risco;

Exposição a agentes tóxicos relacionados à ocupação ou não – entre eles: amianto, poeira de madeira, de couro, de cimento, de cereais, sílica, formaldeído, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos. Por isso, trabalhadores da agropecuária, da indústria têxtil, metalúrgica e da construção civil, entre outras profissões, podem ter risco aumentado para o desenvolvimento da doença.

Sintomas do câncer de laringe

Os principais sintomas têm relação com a localização do tumor e podem ser dor durante a deglutição, rouquidão, alteração na qualidade da voz, sensação de caroço na garganta, nódulo no pescoço, dificuldade para respirar ou mesmo falta de ar.  Embora nem sempre esses sintomas sejam causados por câncer de laringe, deve-se procurar o médico. Exames clínicos, laboratoriais ou de imagem ajudam a confirmar a presença ou não do tumor.

Tratamentos para o câncer de laringe

Cirurgia e sessões de radioterapia e de quimioterapia estão entre as terapias mais utilizadas, e o uso de mais de uma delas é indicado em razão da extensão do tumor. Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de evitar tratamentos que afetem respiração, fala e deglutição. 

Como preservar a voz é importante para garantir mais qualidade de vida para o paciente, nos estágios iniciais da doença pode ser empregada a radioterapia primeiro, deixando o procedimento cirúrgico para ser feito caso o tumor não seja controlado. 

A remoção cirúrgica da laringe (laringectomia total) pode ser necessária em alguns casos e seus principais impactos são a perda da voz fisiológica e uma traqueostomia definitiva (abertura de um orifício na traqueia, logo abaixo da laringe). No caso, é preciso recorrer às próteses fonatórias traqueoesofágicas para fazer reabilitação da voz, com bons resultados funcionais e na qualidade de vida. 

Uma boa notícia é que houve evolução nas técnicas cirúrgicas que atualmente são mais conservadoras (laringectomia parcial e subtotal), não afetam as funções da laringe e podem ser utilizadas em pacientes que têm tumores moderadamente avançados.


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