O ciprofloxacino (ou cloridrato de ciprofloxacino) é um antibiótico que costuma ser indicado para combater quadros bacterianos complexos ou de resistência a medicamentos com efeitos colaterais mais brandos.
De amplo espectro, ele é capaz de tratar diferentes tipos de infecções, entre elas:
- Infecções do trato urinário (ITUs);
- Pneumonias atípicas (causadas por Klebsiella spp., Enterobacter spp., Proteus spp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Haemophillus spp., Moraxella catarrhalis, Legionella spp. e Staphylococci spp.);
- Infecções genitais, tais quais anexite, gonorreia e prostatite;
- Conjuntivite;
- Infecções de pele e ossos;
- Otite média e sinusite (principalmente quando causadas por organismos gram-negativos, como Pseudomonas aeruginosa ou Staphylococci spp.).
Como usar o ciprofloxacino
Em razão de seus possíveis efeitos colaterais, o ciprofloxacino é classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha. Isso significa que só pode ser comercializado mediante a apresentação e entrega de receita profissional. A obrigatoriedade tem como objetivo manter um maior controle sobre a circulação desse produto no país.
O ciprofloxacino está disponível como comprimido, suspensão oral, gotas (nas versões tanto para uso otológico quanto como colírio) e pomada oftálmica. Ele também pode ser administrado por via endovenosa quando em uso hospitalar. A escolha pelo formato depende do quadro do paciente, e deve ser acordada com o médico responsável.
Recomenda-se seguir à risca as instruções dadas sobre o uso do medicamento, principalmente no que diz respeito a sua dose e tempo de tratamento.
A automedicação pode atrapalhar a eficiência do princípio ativo, bem como aumentar o risco de efeitos colaterais.
Efeitos colaterais
Os efeitos adversos mais comuns do ciprofloxacino incluem:
- Náusea;
- Diarreia;
- Vermelhidão ou desconforto no olho;
- Sensação de gosto ruim na boca.
Em alguns casos, ainda é possível que a pessoa apresente sintomas mais graves, como:
- Mudanças de humor (episódios de ansiedade, tristeza profunda ou ataques de pânico);
- Cansaço severo;
- Confusão mental;
- Dor ou inchaço nas articulações ou tendões;
- Formigamento, cócegas, dormência ou queimação no corpo, mais comumente nas pernas ou nos braços;
- Zumbido;
- Perda de apetite;
- Alterações na visão, no olfato, no paladar ou na audição;
- Batimentos cardíacos mais rápidos ou irregulares.
Se isso ocorrer, o mais indicado é interromper o tratamento e buscar atendimento médico. Caso haja necessidade, acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192.
Contraindicações
É contraindicado o uso do ciprofloxacino a pessoas que já apresentaram alergia a qualquer um dos componentes ou para quem já teve algum episódio de sensibilidade a outros tipos de antibiótico de sua classe (como levofloxacino, moxifloxacino, norfloxacino e ofloxacino).
Por conta de seus efeitos colaterais, também é indicado avisar seu médico se você já foi diagnosticado com:
- Artrite ou problemas nos tendões, ossos ou articulações;
- Diabetes;
- Problemas nervosos;
- Aneurisma;
- Problemas cardíacos;
- Fraqueza muscular;
- Doença hepática ou renal;
- Convulsão;
- Traumatismo craniano;
- Tumor cerebral;
- Síndrome do QT longo;
- Hipocalemia (baixos níveis de potássio no sangue).
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Einstein Hospital Israelita.