Resultado de processos inflamatórios no fígado, a cirrose é uma doença crônica e incurável, que pode ser totalmente assintomática nos estágios iniciais. Com o passar do tempo, porém, a doença provoca uma série de sintomas.
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Certas enfermidades e condições hepáticas, além de outros fatores, podem dar origem à doença, que se instala quando o fígado sofre danos e, durante o processo de reparação, ocorre a substituição progressiva de tecido normal por tecido cicatricial (fibrose).
O etilismo crônico está por trás da chamada cirrose hepática alcoólica. Segundo a American Liver Foundation, entre os que correm mais risco estão os etilistas “pesados” – nesse grupo, de 10% a 20% vão desenvolver cirrose.
Duas categorias
A cirrose pode estar compensada ou descompensada. Na cirrose compensada, os sintomas não são perceptíveis. Os exames de laboratório podem estar normais ou pouco alterados, a alteração no exame de imagem pode ser discreta e apenas percebida em exames mais detalhados. A confirmação definitiva ocorre somente com uma biópsia de fígado.
Na cirrose descompensada, por outro lado, como o próprio nome indica, as lesões hepáticas são evidentes e o paciente apresenta diversos sintomas. A confirmação do diagnóstico ocorre por meio da biópsia, mas pode ser feita também por exames laboratoriais e de imagem, além de achados clínicos – o histórico do paciente também é um indicativo confiável para fechar o diagnóstico. Algumas complicações podem decorrer da cirrose descompensada e o paciente costuma ter pelo menos uma delas.
Preste atenção a estes sinais
De maneira geral, a cirrose descompensada provoca alguns dos sintomas abaixo. Qualquer uma destas alterações deve ser avaliada por um médico:
- coloração amarelada na pele e na parte branca do olho (esclera);
- inchaço abdominal provocado pela retenção de líquidos;
- inchaço nas pernas, pés ou tornozelos (edema);
- perda de função cerebral, que surge quando o fígado perde a capacidade de remover as toxinas do sangue;
- insuficiência renal (síndrome hepatorrenal);
- varizes no esôfago que podem sangrar;
- coceiras pelo corpo, principalmente na palma das mãos e na sola dos pés;
- fadiga;
- vermelhidão nas palmas das mãos;
- sangramento ou hematomas;
- náusea;
- vômitos com sangue;
- fezes escuras;
- ausência de menstruação não relacionadas à menopausa;
- nos homens, perda do desejo sexual, ginecomastia (aumento das mamas) ou atrofia testicular;
- perda de apetite e de peso;
- câncer hepático (em estágios mais avançados).
Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.