Cirrose hepática: o que é e como tratar

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Silenciosa na maioria das vezes, a cirrose hepática é uma doença crônica que causa cicatrizes no fígado, prejudicando seu funcionamento. Resultado de processos inflamatórios, a cirrose hepática é caracterizada pela substituição progressiva do tecido normal por tecido cicatricial (fibrose) não funcional. É uma condição crônica e assintomática.

Conforme a cartilha “Cirrose e suas Complicações“, da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), a cirrose altera a arquitetura do fígado devido à presença de nódulos que envolvem as células remanescentes.

Com o tempo, mais tecido cicatricial se forma, comprometendo não apenas a estrutura, mas também o funcionamento do fígado, que é a maior glândula do corpo e desempenha funções fundamentais, como metabolizar glicose e proteínas, armazenar vitaminas e minerais e eliminar toxinas, apenas para citar alguns exemplos.

Segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC), a agência de saúde do governo americano, em 2018, havia 4,5 milhões de pessoas com esse diagnóstico somente nos Estados Unidos.

Diagnóstico precoce evita mais danos

Quadros agudos podem ser revertidos, porém, na maioria dos casos, o problema é crônico e o dano hepático é permanente. No entanto, se a cirrose for diagnosticada precocemente e a causa for tratada, danos adicionais podem ser evitados.

Gatilhos da cirrose hepática

Muitas doenças e condições de saúde têm potencial para causar danos no fígado que podem levar à cirrose. Veja algumas delas:

  • Abuso crônico de álcool;
  • Hepatite viral crônica (hepatite B, C e D). Embora seja uma das principais causas mundiais da cirrose, nem todas as pessoas com um desses três tipos de hepatite irão desenvolver a doença;
  • Esteatose hepática (gordura no fígado);
  • Obesidade;
  • Diabetes tipo 2;
  • Atresia biliar (ductos biliares malformados);
  • Deficiência de alfa-1 antitripsina;
  • Cirrose biliar primária (destruição dos ductos biliares);
  • Síndrome de Alagille (distúrbio digestivo genético);
  • Distúrbios hereditários do metabolismo do açúcar (galactosemia ou doença de armazenamento de glicogênio);
  • Doença de Wilson (acúmulo de cobre no fígado);
  • Hepatite autoimune;
  • Colangite esclerosante primária (endurecimento e cicatrização dos ductos biliares);
  • Fibrose cística;
  • Hemocromatose (acúmulo de ferro no organismo);
  • Infecções como sífilis ou brucelose;
  • Medicamentos com componentes hepatotóxicos, como paracetamol (dependendo da dose), metotrexato e isoniazida.

Como é realizado o tratamento para cirrose hepática

A principal medida para conter a cirrose é eliminar a causa básica da agressão, como, por exemplo, cortar completamente o consumo de álcool, controlar ou reduzir o peso, controlar o diabetes (quando presente) e tratar hepatites virais e autoimunes.

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Além de evitar a progressão da doença, o tratamento consiste em utilizar medicamentos para aliviar os sintomas, como acúmulo de líquido no abdome (ascite), fadiga, náusea, perda de apetite e de peso, inchaço nos tornozelos e nos pés, entre outros. No entanto, a cura, ou tratamento definitivo, só é possível por meio do transplante hepático, indicado apenas nos casos mais avançados.

Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.

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