Cirurgia bariátrica robótica: saiba como funciona esse procedimento!

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Pessoas obesas estão expostas a um risco muito maior de desenvolver uma série de doenças, inclusive de natureza crônica. Nesse contexto a ampliação do acesso a recursos como a cirurgia bariátrica robótica pode ampliar a oferta de soluções para lidar com esse problema.

Em maior ou menor grau, a obesidade é um problema de saúde pública em praticamente todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,9 bilhão de pessoas estão acima do peso. Desse montante, 650 milhões são obesas.

Com tal inovação, tanto médicos quanto pacientes usufruem de uma série de benefícios. No entanto, como em qualquer outro procedimento médico do tipo, é fundamental conhecer em quais casos ela é indicada e compreender eventuais riscos. Boa leitura!

Como funciona a cirurgia bariátrica robótica?

Já faz algum tempo que as cirurgias bariátricas são recomendadas para o tratamento de quadros de obesidade grave, capazes de gerar uma série de prejuízos à saúde de forma acentuada.

De forma resumida, uma cirurgia bariátrica — chamada coloquialmente de “redução de estômago” — é feita para alterar a forma do órgão, reduzindo sua capacidade de receber alimentos. Por consequência, o paciente alcança a sensação de saciedade mais rápido e, no longo prazo, tende a perder peso.

Um avanço já notável da medicina foi a adoção de procedimentos minimamente invasivos para a realização das cirurgias bariátricas. Assim, em vez das chamadas cirurgias abertas, realizadas com uma grande incisão, os pacientes passaram a ser submetidos às cirurgias por meio de videolaparoscopia.

Em outras palavras, o procedimento passou a ser feito a partir de pequenas incisões, em que orifícios eram abertos para a inserção de câmeras que permitem a visualização dos órgãos internos e dos demais equipamentos utilizados na cirurgia.

Nesse contexto, a cirurgia robótica permite ir além: com o suporte de um robô de última geração, todo o processo é refinado por meio da interação do cirurgião e da máquina. Assim, é possível conduzir um procedimento ainda menos invasivo e com uma série de benefícios, que vão desde menores riscos de complicações até uma recuperação mais ágil.

Como a tecnologia auxilia nesse processo?

Em certa medida, o termo “cirurgia robótica” pode dar uma ideia equivocada a respeito do processo. Alguns pacientes podem ficar nervosos com a ideia de serem operados por um robô.

Na prática, não é isso que acontece. Para garantir uma maior eficiência e o menor risco possível, uma cirurgia robótica é aquela não feita por máquinas, mas assistidas por elas.

Isso significa que todos os comandos são feitos por um cirurgião, que recebe treinamento especializado para operar o robô. Desse modo, ele mantém sua presença na sala de cirurgias, próximo ao paciente, mas faz todas as ações por meio de controles — que lembram vagamente joysticks de videogame. Esses controles manipulam as pinças inseridas por meio de pequenas incisões.

Para acompanhar os movimentos, o cirurgião visualiza todo o procedimento por meio de visores com imagens em 3D e alta definição. Além disso, os equipamentos mais modernos conseguem ampliar a imagem obtida em até 15 vezes.

Diferentemente do que talvez se possa imaginar, os robôs cirurgiões têm alto grau de refinamento nos movimentos, facilitando o alcance de regiões mais difíceis e filtrando movimentos indesejados das mãos do cirurgião — como tremores.

Em quais casos ela é indicada?

Diante do custo relativamente alto do equipamento utilizado para conduzir uma cirurgia bariátrica robótica e do número limitado de profissionais que passaram pelo treinamento — que os torna aptos a operar o robô cirurgião —, as indicações para esse tipo de procedimento enfrentam algumas limitações.

Assim, eles tendem a ser reservados para dois tipos de quadro:

  • pacientes com alto grau de obesidade, visando reduzir o risco da intervenção;
  • pacientes submetidos a cirurgias revisionais, que são aquelas feitas em pessoas que já passaram por uma cirurgia bariátrica convencional e apresentam novo ganho de peso.

Nos casos de cirurgias revisionais, o tecido manipulado pode apresentar aderências, por exemplo. Assim, a sensibilidade e a precisão da cirurgia robótica ampliam a segurança.

No mais, esse tipo de procedimento pode ser utilizado em qualquer técnica de readequação do estomago — os métodos de bypass ou sleeve são os mais adotados.

Quais são os cuidados após a cirurgia?

Em geral, o pós-operatório de uma cirurgia robótica costuma ser consideravelmente mais tranquilo do que aquele feito por meios tradicionais. Por isso, é esperado que o paciente permaneça menos tempo internado, por exemplo.

Todavia, isso não dispensa uma série de cuidados que, em parte, se mantém idênticos, independente da cirurgia ser ou não intermediada por esse tipo de inovação. Entre eles, estão:

  • manutenção das restrições da dieta, conforme orientação profissional;
  • uso da medicação prescrita;
  • cuidados com a higiene das incisões;
  • movimentação, de forma suave, nos primeiros dias após a cirurgia, evitando esforços;
  • acompanhamento médico, nutricional, psicológico e do profissional de Educação Física, garantindo a redução de peso esperada após a cirurgia.

Quais são os benefícios da cirurgia bariátrica robótica?

Para você ter uma ideia mais completa dos benefícios das cirurgias bariátricas robóticas, listamos, a seguir, algumas das principais vantagens:

  • incisões menores, garantindo um melhor resultado estético;
  • menor tempo de recuperação;
  • menor risco de complicações;
  • menos dor no pós-operatório;
  • maior segurança;
  • mais precisão em cada movimento durante a cirurgia.

Para os médicos responsáveis, a opção de cirurgia assistida por robôs garante uma melhor ergonomia. Com isso, eles ficam em uma posição mais confortável, reduzindo o cansaço — principalmente, em procedimentos de longa duração.

Qual é o nível de segurança desse procedimento?

Nenhum procedimento é 100% seguro. Todavia, com uma indicação correta e conduzida por profissionais capacitados, as cirurgias robóticas conseguem garantir alto grau de confiabilidade — em um procedimento que já vinha experimentando ganhos de segurança, com a introdução da videolaparoscopia. Nesse contexto, a precisão conferida pela manipulação do robô reduz ainda mais as chances de complicações.

Em suma, a cirurgia bariátrica robótica é mais uma opção para que pessoas que sofrem com a obesidade possam contornar tal problema, por meio de uma intervenção eficiente e segura. Em todo caso, essa condição deve ser acompanhada de perto por uma equipe multidisciplinar, capaz de fornecer as melhores orientações.

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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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