No dia a dia, é normal sentirmos algumas dores, que podem derivar das mais diversas situações: acidentes que nem percebemos imediatamente, como bater o braço ao passar por uma porta, cortar-se com uma folha de papel ou mesmo sair na rua em um dia quente sem passar protetor solar.
No entanto, por vezes, elas também podem ser sinais naturais de alerta do corpo para um problema mais complexo. Por isso é tão importante manter-se atento e buscar ajuda profissional sempre que necessário.
Vídeo: Estou com dor. Como saber se é grave?
Mas como reconhecer quando uma dor deve ser investigada? Conheça cinco tipos que não devem ser ignorados:
1. Dor no peito
Por mais que possa ser decorrente de situações cotidianas, como gases ou engolir um pedaço de alimento grande demais, a dor no peito nunca deve ser negligenciada. Isso porque ela pode ser sintoma de uma série de condições cardiovasculares.
Esse tipo de desconforto deve ser considerado suspeito até que se prove o contrário. Assim, quando um paciente apresenta esse sintoma, os médicos devem avaliar a necessidade de realizar exames como eletrocardiograma, radiografia do tórax e coletas de sangue.
É necessário descartar a possibilidade, dentre outros diagnósticos, de infarto, aneurisma da aorta ou emergências pulmonares, como pneumotórax, conforme o quadro clínico apresentado.
2. Dor de cabeça
As dores de cabeça (também conhecidas como cefaleias) podem se manifestar como episódios pontuais ou evoluir para um quadro recorrente e persistente.
Elas devem ser motivo de preocupação quando provocam dor muito intensa, incapacitante e que fuja do habitual. Por exemplo: se a dor normalmente é de um lado da cabeça e, um dia, ela aparece do outro, vale ficar atento.
Outro sinal de alerta é o desenvolvimento de sintomas antes de sentir a dor em si: eles podem incluir alterações visuais ou sensoriais e formigamentos, por exemplo.
No pronto-atendimento, o médico responsável deve revisar o histórico clínico do paciente para identificar potenciais fatores de risco para a cefaleia, como o uso de determinados medicamentos, fatores alimentares, privação de sono e o consumo excessivo de álcool. Para excluir condições graves, como aneurismas ou malformações vasculares, pode ser necessário solicitar uma tomografia computadorizada.
3. Dor abdominal
As dores abdominais podem ser causadas por questões como gases e constipação, mas também condições mais graves, como apendicite ou obstrução intestinal. Dores súbitas e intensas ou que se repetem com frequência devem ser investigadas junto a um profissional da saúde.
O exame físico é fundamental para encaminhar o raciocínio clínico e chegar a um diagnóstico. Em alguns casos, o médico pode julgar necessária a realização de exames complementares, tais quais hemograma, teste de urina, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética.
4. Dor nas pernas
Após a realização de atividades físicas extenuantes ou da necessidade de ficar em pé por muito tempo, é comum sentir dor nas pernas. No geral, esses episódios pontuais podem ser tratados facilmente em casa, com repouso, compressas de gelo e relaxantes musculares.
Contudo, se a dor for muito intensa, com inchaço, vermelhidão e permanência por mais do que alguns dias, é possível que se trate de um quadro de trombose venosa profunda ou uma doença infecciosa, como a erisipela. Nesses casos, o mais indicado é buscar ajuda médica com urgência.
5. Dor pélvica
Mais comuns entre o público feminino, as dores pélvicas podem ser causadas por questões do cotidiano, como cólicas menstruais. Mas também estão entre as possíveis causas infecção urinária ou até condições mais graves.
Se o incômodo na região pélvica vier acompanhado de dor lombar intensa ou uma dor progressivamente intensa na região próxima à pélvis, deve-se procurar um pronto atendimento. É possível, por exemplo, que se trate de um cálculo renal passando pelo sistema urinário.
Além de avaliar o histórico clínico do paciente, o médico pode conduzir um exame físico e solicitar coleta de urina, ultrassom pélvico, raio-X de abdômen e tomografia computadorizada.
Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos (CRM 124.634/RQE 75628), médico especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.