Dermatite de contato: sensibilidade da pele a algumas substâncias provoca eczema

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A dermatite de contato é uma reação inflamatória da pele desencadeada pela exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Também é chamada de eczema de contato.  

Essa reação alérgica surge de 24 a 48 horas após a exposição. Algumas substâncias provocam a dermatite como uma reação cumulativa após muitos meses de contato frequente.  

Quais são os tipos de dermatite de contato?

Existem dois tipos de dermatite de contato:  

  1. Irritativa: causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes, solventes ou outros químicos. Nesse caso, as lesões da pele geralmente se limitam ao local do contato e aparecem rapidamente.  
  2. Alérgica: surge após exposições frequentes à mesma substância. Pode demorar de meses a anos para se manifestar. Aparece, em geral, pelo contato com produtos de uso diário, como perfumes, cremes, esmaltes de unha e medicamentos de uso tópico.   

No trabalho

Quando a dermatite decorre da atividade profissional, ela é chamada de dermatite de contato ocupacional. É uma das doenças ocupacionais mais comuns no Brasil. Nos Estados Unidos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, é responsável por até 95% das doenças de pele ocupacionais. 

As mãos são frequentemente afetadas em atividades profissionais, caso de cabeleireiros, auxiliares de limpeza e pedreiros.  

Quais substâncias podem provocar um quadro de dermatite de contato?

As mais frequentes são:  

  • Níquel ou outros metais presentes em bijuterias e relógios;   
  • Medicamentos tópicos, como pomadas e cremes com antibióticos, anestésicos e antifúngicos;  
  • Perfumes, xampus, condicionadores, cremes hidratantes e esmaltes de unhas;  
  • Tecidos sintéticos;  
  • Detergentes e solventes;  
  • Algumas plantas;  
  • Cimento, óleos, graxas e tinta de parede. 

É possível identificar a substância que provoca a dermatite de contato?

Sim, além da própria observação por parte do paciente de seus hábitos no dia a dia, o médico vai analisar antecedentes pessoais e familiares e a cronologia e evolução da dermatite.  

Se isso não bastar, ele pode recorrer ao teste alérgico de contato, que consiste na aplicação sobre a pele de adesivos impregnados por pequenas quantidades de substâncias que podem ser a causa da alergia.  

Quais são os sintomas da dermatite de contato? 

Os sintomas dependem do local onde a dermatite se manifestou e da substância que está desencadeando a inflamação. Os mais comuns são ardor ou queimação e coceira. Geralmente, a pele fica avermelhada e pode formar crostas, fissuras ou pequenas bolhas. 

Como tratar a dermatite de contato? 

O primeiro cuidado é afastar o material que está provocando a reação da pele. Se for um produto utilizado na atividade profissional, deve-se adotar o equipamento de proteção individual (EPI) adequado.  

Compressas com substâncias antissépticas, como permanganato de potássio, e cremes com corticosteroides aliviam o desconforto, mas precisam ser usados com cuidado e por indicação médica.   

O médico pode recorrer a outros medicamentos caso a coceira seja muito forte ou haja contraindicação aos corticosteroides. Quando a inflamação retroceder, é recomendável hidratar a pele para aumentar a proteção contra os agentes externos. 

A dermatite de contato tem cura?

A cura da dermatite de contato depende da identificação do material ou da substância que causou o problema, que deverá ser mantido afastado. Não haverá cura se o agente causador não for retirado da vida do paciente. 

Quem tem dermatite de contato pode usar cosméticos?

Depende da identificação da substância contida nos cosméticos que provoca a dermatite de contato. Assim, o dermatologista pode indicar produtos que não contenham aquela substância na fórmula.   

O paciente deve evitar a tentação de recorrer a produtos identificados como hipoalergênicos, que podem ser inócuos. Um produto hipoalergênico não é isento de todos os produtos que causam alergia na pele.  


Revisão Técnica:  Sabrina Bernardez Pereira – Médica Economia da Saúde Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em Cardiologia pela SBC/AMB, doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF. 

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