Qual é a diferença entre autoimagem e autoestima? Entenda neste post

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Em uma famosa campanha da Dove, Beleza Real, as mulheres descrevem como se veem no espelho. Enquanto isso, um retratista desenha a aparência delas com base na descrição de outras pessoas, o que resultou em imagens muito mais atraentes. Percebe como a autoestima pode refletir na autoimagem — a percepção de cada um sobre si? 

Se a autoestima não estiver elevada, a percepção da autoimagem — que envolve aparência física, personalidade e comportamento — tende a ser mais dura (e vice-versa). Como consequência, isso pode influenciar no estilo e na qualidade de vida de homens e mulheres, como o descaso com a saúde física e mental. 

Por isso, é importante ligar um alerta sobre autoimagem, autoestima e autoconceito, que será explanado adiante. Continue a leitura e fique por dentro!

O que é autoimagem?

Conforme mencionado, trata-se de como cada um se enxerga. Por exemplo, qual é a imagem passada para você ao se olhar no espelho? E em uma roda de conversa, com os amigos? No trabalho? A sós?

Algumas pessoas são muito críticas e duras consigo ao cometer erros ou fugir de algum padrão de comportamento ou aparência. Isso sinaliza que a autoimagem não é tão favorável, tal qual as mulheres entrevistadas na campanha da Dove.

É importante esclarecer que nem sempre essa percepção de si condiz com a realidade e com a visão de outras pessoas. Por exemplo, você pode ter julgado que foi muito mal em uma entrevista de emprego. No entanto, terminou sendo contratado, porque quem realizou a seleção teve uma percepção diferente.

A mesma lógica ocorreu na campanha Beleza Real, em que as mulheres foram descritas de maneira atraente por outras pessoas, mesmo se vendo diferente.

O que é autoestima?

Autoestima é o conceito que se refere ao quanto podemos ser gentis com a nossa autoimagem. Entenda que isso não é a mesma coisa que ter soberba, orgulho e qualquer outro sentimento de superioridade. 

Na verdade, reconhecer os pontos fracos existentes na nossa personalidade não se refere, necessariamente, a uma autoestima baixa. Afinal, isso também pode sinalizar a aceitação dos defeitos, que fazem parte de qualquer ser humano. 

Por outro lado, algumas pessoas não conseguem aplicar a gentileza necessária quanto à autoimagem, o que reflete em uma autoestima baixa.

Em alguns momentos, você pode até se avaliar positivamente, mas basta ouvir um comentário alheio negativo para se colocar para baixo. Esse comportamento sinaliza que a sua autoestima pode ser baixa.

O que é autoconceito?

Muito similar e por vezes confundido com autoimagem, trata-se da opinião de cada um de si mesmo, com base no autoconhecimento. Por exemplo, você sabe que demonstra insegurança ao ter que falar em público. Saber essas informações é essencial para gerenciar suas ações com mais cautela.

No entanto, nem sempre essas visões fazem sentido. Até porque, muitas delas são construídas em conjunto com a opinião que outras pessoas expressam sobre você. Isto é, alguém te disse que você nunca seria promovido no emprego por não ter as competências necessárias. É possível que esse se torne seu autoconceito: alguém incapaz de crescer no trabalho.

Ou seja, mesmo que o autoconceito não se baseie necessariamente em verdades, é natural que cada um aja conforme a imagem percebida. Você acha que fica inseguro ao ter que interagir com muitas pessoas em volta? É bem provável que saber disso afete o seu comportamento em público.

Qual é a relação entre autoimagem, autoestima e autoconceito?

A partir da autoimagem — construída com base na sua percepção e em opiniões alheias —, desenvolve-se o autoconceito, que impacta diretamente na autoestima. Assim, distorções da autoimagem podem levar a um excesso ou escassez de valorização.

Você conhece pessoas que considera egocêntricas, por se sentirem superiores e com demandas mais relevantes que as dos outros? Isso sinaliza uma autoestima elevada em demasia, devido a uma percepção muito superior na autoimagem.

Da mesma forma, existem pessoas com baixa autoestima, por se enxergarem de um jeito inferior. Logo, isso se reflete em perfeccionismo excessivo, insegurança, sentimento de inadequação, medo constante de errar etc. Esses sentimentos favorecem o surgimento de transtornos, como depressão e ansiedade.

Quais problemas esses conceitos podem ocasionar?

Conforme mencionado, autoestima em demasia ou muito baixa tem consequências na qualidade de vida do indivíduo. Por exemplo, ao ter uma autoimagem muito negativa, é possível que a pessoa evite convívios sociais e relacionamentos, por não se achar boa o suficiente para isso. Esse comportamento pode ser um dos impactos da depressão.

Da mesma maneira, a supervalorização da autoimagem também traz consequências. Entre elas, a dificuldade em reconhecer fraquezas, como ao se responsabilizar por erros no trabalho. 

Isso também diminui as chances de o indivíduo buscar ajuda profissional, como a psicoterapia, para um maior cuidado com a saúde mental.

Afinal, ele não enxerga problemas em si, apenas no outro — então, para que fazer isso? Consequentemente, a pessoa perde a chance de melhorar — necessidade de todo ser humano — e desenvolver relações mais saudáveis. 

Como se tratar em casos de distorção de imagem e baixa autoestima?

O primeiro passo para o tratamento é tentar se libertar das amarras que opiniões e expectativas alheias causam. Isso porque já ficou nítido o quanto elas podem interferir na autoimagem, no autoconceito e na autoestima. 

O segundo passo é entender que esse processo é constante, exige disposição para mudança e muita autoavaliação auxiliada por um psicólogo, por exemplo. A partir disso, é possível ter uma vida mais saudável e feliz.

Então, tirou suas principais dúvidas sobre autoestima, autoimagem e autoconceito? Já começou a avaliar suas ações? Esse já é um passo essencial. Para otimizá-lo, é importante buscar por um profissional especializado — a melhor alternativa para quem deseja trabalhar essas questões de forma mais acertada.

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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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