É saudável tomar pré-treino? Conheça as indicações e os riscos

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A lista de substâncias que prometem dar mais disposição para treinar, aumentar a resistência muscular e retardar a fadiga é extensa e atrai cada vez mais adeptos nas academias. Boa parte dos praticantes de atividade física recorre aos chamados “pré-treinos” por conta própria, na esperança de melhorar o desempenho. 

Mas será que são realmente eficazes para todos? Segundo especialistas, a resposta é não. Isso porque, de forma geral, a maioria dos pré-treinos conta com quantidades muito pequenas das substâncias ativas e somente algumas delas têm ação benéfica comprovada. 

Além disso, muitas dessas substâncias precisam ser consumidas diariamente para ficarem estocadas nos músculos e, assim, oferecerem o resultado esperado. Ou seja, não adianta ingeri-las pontualmente. 

Quais são os compostos?

Entre os ingredientes mais comuns nas fórmulas estão creatina, beta-alanina, arginina e cafeína – sendo essa última o único composto com eficácia e segurança bem estabelecidas. Quando usada antes do treino, ela melhora o foco, a concentração, a disposição e fornece energia extra. Entretanto, a suplementação só é indicada para quem se exercita acima de 60 minutos ou faz treinos de alta intensidade.

O uso indiscriminado de suplementos de cafeína pode trazer efeitos colaterais como taquicardia, insônia e desconfortos gastrointestinais. Por isso, antes de investir em um produto pré-treino, seja ele qual for, procure a orientação de um profissional capacitado que avalie seu contexto, sua rotina de treino e seus objetivos.

Descanso e alimentação são os verdadeiros aliados 

Outro ponto de atenção é sempre investigar a real causa por trás da baixa disposição. Mais do que suplementos, a chave para um bom desempenho físico está em hábitos básicos de saúde: sono de qualidade e alimentação equilibrada. Por isso, primeiro é preciso avaliar e adequar o cardápio; depois, se for necessário, pensar em suplementação. 

Entre os nutrientes mais importantes nesse contexto, os carboidratos ocupam papel central. Eles são a principal fonte de energia durante o exercício, já que retardam a fadiga, contribuem para a manutenção da função muscular e auxiliam na recuperação. Por isso, reduzir drasticamente o consumo desses alimentos com a intenção de emagrecer pode comprometer o rendimento.

A recomendação é ingerir carboidratos até uma hora antes do treino. Se a prática ultrapassar uma hora de duração, vale reforçar com 30 a 60 gramas adicionais a cada 60 a 90 minutos — especialmente em treinos de alta intensidade ou voltados ao desempenho esportivo. 

Lembre-se também de beber água antes, durante e depois da atividade. E, sempre que possível, consulte um nutricionista, que poderá avaliar sua rotina e montar um plano individualizado para garantir uma boa performance (e saúde) independentemente da hora do dia.


Fontes consultadas: Serena del Favero, nutricionista do Espaço Einstein – Esporte e Reabilitação, do Einstein Hospital Israelita; Fabiana Braga Benatti, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Este texto foi originalmente publicado na Agência Einstein

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