Quem presencia a crise epilética de outra pessoa se impressiona com as contrações musculares involuntárias e não sabe como reagir. Em geral, quem sofre de epilepsia perde totalmente o domínio sobre o próprio corpo e precisa de auxílio.
É importante dizer que os sinais dessa síndrome não se resumem às retrações nos músculos. Determinadas manifestações epilépticas são tão sutis que muitos portadores sequer suspeitam do problema. Por isso, é importante ficar alerta e procurar auxílio médico após qualquer desconfiança.
Como muita gente ainda tem dúvidas sobre a epilepsia, elaboramos este artigo para esclarecer nossos leitores acerca do tema. Acompanhe.
O que é epilepsia?
Epilepsia é uma alteração cerebral em que os neurônios (células nervosas) atuam de forma irregular e intensa. Essa síndrome se manifesta por meio de crises epiléticas constantes, ocasionadas pela interrupção do funcionamento regular do cérebro.
É uma doença bastante diversa, pois pode ocorre em várias áreas do cérebro, sendo que o local de cada descarga vai gerar um sintoma ou uma manifestação clínica diferente.
Quais os sintomas da epilepsia?
Os sintomas da doença apresentam-se de diversas maneiras. Conheça os indícios mais comuns, de acordo com as variações mais comuns de epilepsia.
Sinais de epilepsia generalizada
Nesse caso, ocorre uma crise epilética que altera todo o funcionamento cerebral, levando à perda de consciência. Os sintomas mais evidentes podem ser:
- queda do paciente no chão;
- contrações incontroláveis e involuntárias dos músculos do corpo;
- confusão e falta de atenção;
- dificuldade em respirar;
- náusea;
- fala imperceptível;
- falta de memória;
- rangimento dos dentes, o que pode fazer o paciente morder a própria língua;
- rigidez muscular, principalmente dos braços, pernas e tórax;
- salivação excessiva;
- sonolência.
Após esse tipo de crise, é comum a pessoa não se lembrar de nada, por conta da manifestação generalizada.
Sinais de epilepsia parcial
Em alguns momentos, pode comprometer uma pequena área do cérebro, gerando sintomas mais brandos e que correspondem à parte atingida. Por exemplo, se a crise epiléptica ocorre na porção cerebral que controla os movimentos do braço esquerdo, este pode ter contrações e rigidez. Por isso, na epilepsia parcial, as manifestações são limitadas à área afetada.
Sinais de crise de ausência
É um episódio em que a pessoa fica alheia em relação ao ambiente exterior. Fenômeno chamado de desligamento, no qual o paciente fica “fora do ar” e incapaz de responder a estímulos. Em geral, a crise de ausência dura poucos segundos e pode passar despercebida por quem está perto da pessoa.
Os sintomas mais comuns são:
- olhar vago;
- ficar paralisado;
- silêncio repentino;
- ter espasmos musculares no rosto;
- fazer movimentos como se estivesse mastigando;
- mexer braços e pernas com frequência e rapidez;
- formigamento nos braços e pernas.
Além disso, nesse tipo de crise, o paciente não perde a consciência, sente uma leve confusão mental, sendo que geralmente dura entre 10 e 30 segundos.
Quais são as causas da epilepsia?
A epilepsia apresenta diversas causas, especialmente por conta dos seus tipos e da idade dos pacientes. No entanto, a doença está intimamente ligada ao comprometimento das funções cerebrais.
Conheça as causas mais comuns:
- Acidente Vascular Cerebral (AVC), que pode prejudicar a oxigenação do cérebro ou impedir a nutrição adequada dos neurônios para realizarem suas funções normais;
- tumor cerebral ou cistos, principalmente em pacientes adultos ou idosos;
- febre alta causada por infecções virais ou bacterianas, geralmente em crianças e bebês;
- traumatismo cerebral por agentes físicos ou patológicos;
- dependência ou abstinência química;
- doenças genéticas neurológicas.
Como auxiliar uma pessoa em crise epiléptica?
A crise epiléptica é um problema para quem sofre do problema, pois na maioria das vezes não é esperada. Por isso, quem estiver perto de alguém que está em crise, precisa seguir os seguintes procedimentos:
- tranquilize a pessoa em crise e pessoas que estiverem ao redor;
- deite-a em um local confortável e seguro;
- afaste objetos que possam causar ferimentos;
- acomode a cabeça do paciente para evitar impactos;
- levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
- vire sua cabeça para evitar engasgos e afogamentos;
- afrouxe as roupas para descomprimir braços e pernas e evitar lesões;
- não segure a pessoa, deixe que ela manifeste os espasmos e movimentos naturais da crise;
- não ofereça substâncias para o paciente cheirar;
- não introduza objetos na cavidade oral da pessoa;
- não tente desobstruir a língua do paciente;
- fique ao lado da pessoa até o final da crise;
- verifique sinais vitais (pulso e respiração) ao fim do episódio;
- caso as crises ocorram de forma repetida ou por mais de 10 minutos, ligue para o serviço de emergência.
Ao seguir as orientações mencionadas, você garante que a recuperação seja mais conveniente e segura, evitando lesões graves.
Qual é o dia mundial da conscientização sobre a epilepsia?
Já ouviu falar no Purple Day ou Dia Roxo? Ele ocorre no dia 26 de março de todos os anos ao redor do mundo, a fim de conscientizar todas as pessoas a respeito da epilepsia. A data é frequente desde 2008 e foi criada pela menina canadense Cassidy Megan , que tinha apenas 9 anos de idade na época.
Com o auxílio da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS), ela lançou uma campanha e escolheu a cor roxa por conta da flor de lavanda, que é associada à solidão – sensação que muitos pacientes têm durante as crises.
Os desafios sociais das pessoas com epilepsia são os motivos que geraram esse movimento de conscientização, com o objetivo de afastar o preconceito em suas diversas formas.
O Purple Day é uma maneira de informar as pessoas sobre a doença para diminuir o estigma social existente em indivíduos portadores de epilepsia. Portanto, cada um que obtiver conhecimento a respeito disso deve repassá-lo para frente, a fim de conscientizar a todos.
E então, você ou alguém próximo já sentiram alguns dos sintomas de epilepsia mencionados neste conteúdo? Nesse caso, a recomendação é passar em um neurologista para avaliar sua saúde mental, realizar exames (a depender do caso) em busca de diagnóstico e tratar o problema. Caso seja epilepsia, é possível tratá-la logo no início, para ter uma qualidade de vida melhor, sem crises graves e frequentes.
Nesse sentido, nós, do Einstein, podemos ajudar você. Fale conosco para tirar dúvidas e receber as orientações necessárias.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituo Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).